Desilusão

Voz de uma mulher desesperada

("Voz de uma mulher desesperada")

Quando me casei, só fui usada...

Como depósito de matéria, não me lembro de nada!

Quando fui amada, não amei....

Quando amei, não fui amada!

Moral da história.

Decepcionada!

O que é ?  

Você pensa que é piada?

Não!

É a voz de uma mulher desesperada!

Com cinquenta e cinco anos, e que não se ilude com mais nada!

Será?

Posso estar enganada!

A vida oferece surpresas inesperadas!

Vou esperar mais um pouco...

UMA PIPA SEM UM RUMO E SEM LINHA (Luc Ramos)

 

 

Uma pipa sem um rumo e sem linha

(Luc Ramos)

 

 

Não sei por que desde menino

O destino me põe a prova assim

Quando estou curtindo uma boa,

Logo depois vem pra mim algo ruim.

 

Passo uns tempos sem problemas

Tudo certo e nada errado

Minha vida num esquema

De rotina e sossegado.

Nada.

O nada dentro de mim

Nada mais é do que um

Nada.

                      

Poderia nadar nesse nada sem fim

Mas de nada adiantaria,

Nada.

          

Nada jamais me satisfaz

Satisfazer o jamais de um nada

Pra nada?

              

Poderia derramar os meus olhos,

Mas pra quê adentrar nesses jogos?

Que jogados, destroem minha alegria

E amarram-se a mim, poderia?

RITO DE AMOR E MORTE

 

Se não digo, calo!

E alimento a vida dos que nada tem a dizer.

Inércia, anti-desejo, morte.

O dia amanheceu com uma imensa vontade de fazer a barba

e sentir a fria navalha pintar o rubro sangue no rosto.

Pulsa o coração nos pulsos,

explode e grita ao mundo o que quer dizer.

Sem razão para se fazer existir

E deixar o fluxo menstrual

lavar a alma dos hipócritas

e sangrar, sangrar, sangrar

até preencher os vazios.

E o amor?

Talvez esteja incontido na morte.

 

E.

MESSALINA

Lindos cabelos anelados
Louros entre o médio e avelã
Como auréola da santidade cristã
Pobre vida pagã entre festins e orgias de Baco.

Ao submundo Messalina descestes
Aprimorando teu corpo no calor do sexo
E introduzida a infâmia por vários mecenas
Nas alcovas de muitos fora a comida e bebida predileta.

Cláudio, teu marido, e de toda Roma Imperador
De tua fama, doce meretriz, sabia e corno como se sentia.

Quero ir...

 

“ Quero ir…”

 

Deixei o tempo para lá…

Sem sequer o percorrer,

Na ampulheta do Tempo parei.

Acordei no lado de cá…

Senti o cheiro nauseabundo,

Da agonia do Mundo trajado,

Na peça que representa a Vida,

No júri que decide sentado…

Deixei o tempo para lá,

Quis morrer sem existir,

Rua de lagrimas

RUA DE TERRA DURA, TERRA VERMELHA...
RUA ONDE BRINCAVA À INFANCIA
DE POÇAS DÀGUA E AREIA BRANCA
VIU-ME FELIZ, HOJE VE MINHA TRISTEZA...
 
RUA DE LUA CLARA, COISA DE BELEZA RARA!
CHEIRO DE TERRA MOLHADA,  AH MINHA RUA...
ESTEVE PRESENTE, EM TUDO QUE A VIDA
DEU-ME E ME TIROU
 
FOI TESTEMUNHA DA MINHA JUVENTUDE E MOCIDADE
DOS BEIJOS QUE NA PENUMBRA EU ROUBAVA
QUE NA INOCENCIA DAS MENINAS EU AMAVA
VIVIA O AMOR E A FELICIDADE
 
RUA QUE JA EQUILIBROU BEBADOS
E ABRIGOU DESABRIGADOS

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