Amanhã pode ser tarde
Autor: camille sirat on Saturday, 15 June 2013O amanhã pode ser muito tarde,
Pode não chegar
Pode não acontecer.
O amanhã não nos cabe saber
Ontem? isso já faz tempo
Apenas o hoje e o agora é definitivo.
O amanhã pode ser muito tarde,
Pode não chegar
Pode não acontecer.
O amanhã não nos cabe saber
Ontem? isso já faz tempo
Apenas o hoje e o agora é definitivo.
Hoje…
Não existo
Resisto
Resisto à dor
Ao sofrimento
À tortura
Ao lamento
Ao sentimento
Ao torpor.
Hoje…
Não existo,
Insisto!
Em lutar
Contra a tristeza
Em deixar
Que a beleza
Enfeite o meu triste olhar.
Mário Margaride"GIL60"
Bate à porta do castelo de marfim
Uiva sobre a janela a sombra do vento
Esvoaçam as cortinas do firmamento
Tocam o sino e regam os jasmins.
São sobre as escadas que se põe a ouvir
Passos sorrateiros, leves e sutis
A mão que passa sobre as paredes anis
Fecha a janela onde a lua sorri.
De quem são as lágrimas que caem na escuridão?
Os soluços que chicoteiam as taças reais?
Estremecem o sangue e as dunas dos areais
Molham as fronhas e vazam do coração...
As feridas que pulsam e latejam
Solto expurgos da memória
Porque a mágoa sempre fica,
Desamores e revoltas
São as secreções da vida.
Não há bodas,
Não há festas,
Não há prêmios,
Não há nada,
E não existe mal pior
Do que a solidão
Dessa estrada.
Tal qual um intenso corrimento
As lágrimas da dor vão escorrendo,
Nunca ouvi que houve remédio
Pra esse tipo de tormento.
Dessa vez não foi bacilo,
Não foi nem mesmo o tricomonas,
Dessa vez foi o vacilo
De querer e não ser dona.
Por mim passou
O estrangeiro
E nem para mim olhou
Estendi-lhe a mão
ANGUSTIA
Ouço teu silencio estrangular meu riso
Vejo tua sombra roubar meu sono
E até a lucidez desse poeta insano
Delirante em febre desejou o abismo
Quantas noites precisarei chorar?
Com essas verdades a violentar meus sonhos
Loucos sorrateiros de verdades em punho
Mutilando o encanto do real ninar
E quando o grito eu precisei calar
O teu olhar aflito minha alma transpassou
Como um punhal de fogo, ácido e dor
Dilacerando os planos que eu quis ousar
ANGUSTIA
Ouço teu silencio estrangular meu riso
Vejo tua sombra roubar meu sono
E até a lucidez desse poeta insano
Delirante em febre desejou o abismo
Quantas noites precisarei chorar?
Com essas verdades a violentar meus sonhos
Loucos sorrateiros de verdades em punho
Mutilando o encanto do real ninar
E quando o grito eu precisei calar
O teu olhar aflito minha alma transpassou
Como um punhal de fogo, ácido e dor
Dilacerando os planos que eu quis ousar
5.
LISBOA PORTUGUESA
Lisboa
envelheceste. não há como negar: as palavras decompõem-te
como se fossem vermes a sugarem-te o sangue, o que esperavas?
a ciência não te reserva milagres.
Lisboa
cercada pela noite atlântica, por crianças ruidosas e felizes,
que ainda acreditam em ninfas e caravelas
e em Lusíadas, crianças ruidosamente empenhados no futuro.
Lisboa
cosmopolita do Minho ao Algarve,
das artérias populares e dos roteiros turísticos,
dos carros que adormecem e rodopiam e desacreditam a cidade,