Fantasia

Na falésia do abismo

 Na falésia do abismo

 

Tarde pacata, só se ouve o vento.

E mais uma vez tento.

Quebrar a” trincheira.”

Aquela barreira.

 

Que me impede e que me agarra.

Que me amarra.

Que me sustem no ar…

Com a mente a pairar!

 

Longe do corpo e da alma?

E que escorrega da palma.

As mãos elevam-se num ato de desespero.

E aclamam pela calma.

 

Devagar desço a calçada.

Pela pedra demarcada.

Que diz falésia, diz abismo.

Tremem sentimentos como um sismo.

 

Roubaram-me a lua

Os deuses roubaram-me a lua do céu

Imensa ela brilhava e encantava

E profundo e intenso aquele desnudado encanto,

A minha alma preenchia.

Cintilantes estrelas semeadas no firmamento

Enfeitiçavam-me e em mim desenhavam

O esplendor da vida.

E a lua que era o meu celestial guia,

No céu deixou de brilhar.

E a inquietação varreu o meu olhar

Num imenso mar de nostalgia,

Onde reina o meu coração.

E roubaram-me a lua...

Só para desvairarem o meu coração.

Por ela incessantemente procuro

Angelical

Agrestes brumas cerradas em mim sorriem
E a minha alma de dor respira
Incessantemente anjos busco sem tocar o seu sentir
E abraço sons que me trespassam sem pudor
E rasgam a minha alma de imunda dor,
Que me tocam e me dói e somente assim
O meu ser abraça esta realidade

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