Gótico

Act

English version of the Portuguese thought "Ato", published by virtue of which it was edited, hindering direct translations, with the objective of preserving the intellectual property governed by the law of copyright, 9,610 / 98, last version in adhesion to the Stockholm treaty.

HORAS MORTAS

 Escrevi o teu nome na areia
    Do sangue que corre em mim

Se me abandono no tempo
   Se me nego ao sentimento
       
 Se evito as palavras lidas
        Se evito a sombra minha

Se escrevo nas linhas o sentir
  Se tropeço no que não quero
       
Se pontapeio para o lado
         Se caio na folhagem no outono

Se me escondo nos pingos da chuva
    Apenas encontro-te dentro da minha alma
         No bater forte do meu coração

Como se fala de amor ?

Como falar de amor                                                                                         o odio me corrompeu                                                                                       como falar de amor                                                                                        se ele proprio se submeteu                                                                             a substancia de

FOLHA EM BRANCA

Rabisquei as palavras
Cobertas de tanta dor
Numa folha branca vazia
Onde abusei das letras
Num pedaço de papel velho
Escrevi desabafos de mim
Despidos de amor
Perdi-me na estrada
A tua procura
Desesperei quase morri
Reneguei-me
E afastei-te de mim
Agora guardo dentro de mim
Todas as dores, todos os gritos
Rasgados no silêncio da madrugada
Que dilacera por dentro o peito a alma.

DESPOJADA

Despojada de mim, atravesso o tal inverno
Na existência de uma flor, desconheço o nome
No regresso ao esquecimento, espelho vazio
Cega de uma tal solidão, na pureza abandonada

O tempo flui no que procuro sem procurar
Demanda do que sou, foi ou talvez, seja ainda
Eu já sei que o teu desejo espreita o meu corpo
Ele refugia-se nas trevas, num triste, belo sonho

ERGÁSTULO

Ergástulo sombra, desta escura vida
Uma prisão solitária, onde nada mais
Posso, fazer se não chorar, chorar e
Nas lágrimas vertidas peço o perdão

De todos aqueles que em vida, não pude
Mas que também nunca quis, quis amar
Ó rude este caminho de fragas no monte
Que levam as águas turbulentas para o mar

Calabouço na alma presa entre as grades
Liberdade mortal para um pobre imortal
Rasga a carne entre os grilhões de mudos
Dentes, almas presas, abandonada prisão

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