Gótico

Súplica a Bathory

Súplica a Bathory, rainha do sangue
Derramando as gotas de fervor infame
As servas em lágrimas corcovam em medo
Elas pressentem o temor do mal vermelho
Com rosto aristocrata se esconde a maior depravada
Nobre húngara com a sede Transilvânica exumada
Sua feiura ofende sua busca mórbida do belo
Da brutalidade herdada seu sangue queima no inferno

A perversão de Devorath

Crânio em mãos pesa meus ignóbeis dedos,
fatiga meus ossos e coagula meu podre sangue.
Seus obscuros olhos molestam meus medos;
abjeto sorriso a fagocitar minha boca infame.
Madrugada, ábdito ódio perece minha calma;
que vedes a putrefação de meu lindo rosto,
e de augúrio profetiza minha néscia alma.
Meu castelo inundado nas marés do poço.
Assombração malogra meu ouvido;
busca o sacrossanto em completude:

Poema

O poema sente-se quando arrepia:

O eco, pelo fundo do corpo, ressoa!

Acabando como sussurro no ouvido

Enquanto, à varanda, o gato espia:

Na rua, vazia, surdos passos de Pessoa?

Sem sentido?

Nenhuma rima acaba com a vida!

Quando, em cada verso, se perde a medida.

QUE A NOITE

Que a noite me cubra de negro
Que a sombra me tire do castigo
Que os apaixonados se amem à noite 
Que os corpos suados repousem
E que a noite venha e nos cubra
Num simples jardim encantado
De ti em mim, nesta escuridão nocturna 
Perfumada entre gemidos tão nossos
Para que o céu nos cubra de tantas estrelas.

 

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