Sem rima
Autor: Miguel Intimous on Tuesday, 15 November 2016
Corro junto ao rio
Choro, mas não rio.
Desejo algo que partiu
E o meu coração sentiu.
Confiança, desgraça
Existem inúmeros na caça.
A minha caça, á graça
É longa talvez eterna.
Procuro uma lança
Do arco da esperança,
Um caminho futuro,
A mudança.De consciência limpa,
Sou um rapaz discreto
De palavras repleto.
Caminho e reparo,
Que nada sou.
Sei, que de alguém,
Sou sinal de quem já passou.
Pensamento do além,
Em mim, diversos
Alguém relembrou.
Ah! Confuso,
Não sei que mascara uso
Sou vazio com diversidades
Suporto a mente e mentalidades,
De quem sou e penso ser.
Quero ser eu!
Mas há quem já leu,
Que diz, quem sou eu!?
“DECLÍNIO”
(Parei! Lentamente levantou a cabeça e murmurou; ela morreu, deixa-me estar, que esta vida não é tua…..)
O tempo consumiu o filtro da inocência,
Num cenário de coloridas amarguras,
Roído na turbulência da precoce idade.
A vida desarrumou a sua existência.
Ironiza, diz-se modelo de fotos e pinturas,
Triste e ingente vive da mendicidade.
(Olhei para a tralha! Atabalhoadamente justificou; foi o vício que arrastou a minha casa para a rua…..)
(A insónia prolonga-se no tempo e a utopia flui no destempero da poeira palpitante)
Lavro o destino nos dias que não resistem
Às noites amantes, que inusitadas, caem
Pérfidas, incompletas e imperfeitas.
No entardecer reentram as noites e insistem,
Que partindo, prostituem a verdade e saem
Deixando no seu encanto, ilusões desfeitas.
(Esconjurado na incauta génese da ilusão, queria por um momento só, ser sonho. Sonho de luz angélica e exultante)
Para onde vai os meus passos
Passos ligeiros, largos, seguindo o instinto
Presinto que caminho para o lugar certo
Certeza não tenho; mas continuo
Tudo que desejo está à minha frente e, com o passo apressado vou
Não será em vão, um pássaro encantado ao meu ouvido sussurrou:
---É esse o caminho!!
Nereide