Geral

Livre confinamento

LIVRE CONFINAMENTO

Te leio e gosto do que sinto

Você é absurdo, você é verdade letal

Não quero saber de reticências hoje

Sou ponto final e cruel

Justamente como te vi há pouco

Despejando sangue viral

No melhor sentido cibernético do adjetivo

Nada de repostas, apenas perguntas

Nada de formatos, somente atos

Quero a mais autêntica peregrinação

Por um mundo imaginário visionário

De um novo aspecto de um antigo gosto

Quero seu texto, não apenas frases soltas

Quero prendê-las em minha mente

Eu enrolo o bigode

Eu enrolo o bigode
E os problemas passam.
Não é para quem pode,
É para os que se acham,
Perdidos, na imensidão
Do pensamento que foca em nada.

Tormento? A alma acabada, solidão?
São nada
Se comparada a obra e a criação...

A alma não é pequena
E valerá, com certeza, a pena,
Mas a vida é uma obra, à partida, comprida
E a criação faz-se dia à dia.

Tormentos?
Que fiquem presos a eles
Aqueles
Que preferem deles aos momentos.

Rui Correia

Há um Povo

Há um Povo

Há um povo silencioso que não faz barulho pra não incomodar os barulhentos capitalistas. Pois os barulhentos capitalistas fazem guerra com qualquer povo que faça barulho. Pois fazer barulho é a natureza dos capitalistas sociopatas, desconectados da natureza que os cerca, e da própria natureza do homem. E no silêncio da floresta, há um povo. Silencioso sim, mas há um povo.

Charles Silva

Escrevendo Versos

Escrevendo Versos

Sei que um dia estarei mudo, completamente quieto.
Mas enquanto há tempo, sigo escrevendo versos.
Vejo graça nos adjetivos, sejam até provérbios
Sendo oblíquo, no futuro ou no pretérito
Sensacional é desdenhar dos verbos
Como quem mistura cores
Eu escrevo versos

Charles Silva

Um Poeta

Um poeta não fala de amor, fala do vento.

Não fala de dor, fala da chuva.

Não fala do medo, fala do frio.

Um poeta não fala.

Respira, sussurra...

 

Um poeta não tem alegria, não chora.

Um poeta não sente depressão, não sente.

Um poeta não fala a verdade, não mente.

Um poeta não fala...

 

Um poeta não tem palavras, tem gestos.

Não tem história, tem contos.

Não tem vírgulas, tem pontos.

Não pergunta, exclama.

Não lê, declama...

 

Um poeta não declara, supõe.

Haver

Há de servir

O que hei de contar.

Ah, há!

Há de prestar!

 

Emprestar com ágios

Os ágeis conselhos;

Cobrar as moras

De tuas morais refeitas.

 

Feitas em pó,

Tornadas em cinzas

Todas as palavras

Lançadas ao vento

Como folhas…

 

Folhas que tomo para escrever

- E tu as hás de ler

As palavras que hão de te agradar;

Hão de ventilar tuas ideias,

Para que haja sonho em tua noite

E haja som em teu ouvido.

 

Havendo isso, me vou.

Para Viver

Preste atenção à vida;

À tua e à dos outros!

Aprenda, principalmente com teus erros!

Não repita os erros de teus pais.

- É o atalho para crescer. – Peça desculpas;

Não se pode impedir de errar.

Seja franco, não fraco!

 

Sonhe, tenha coragem!

Mas viva hoje, não amanhã!

- É a única forma de realizar

Teus sonhos. – Vá em frente!

Não como um carro,

Que não sabe aonde vai;

Mas como um pássaro

Que sempre sabe como voltar.

 

Voe! Voe alto!

COMA VIRTUAL 2

COMA VIRTUAL 2

 

Não cabe no papel

Não cabe na tela

Derrama o sangue, transborda a letra

Desenforma, desinforma

Transborda o (nem te) conteúdo

Direto da veia, direto na veia

Veia literária, artéria poética

Notas musicais

Notas, musical?

Flashes, flashes cerebrais

Cegam o pensamento

Apagam a memória (RAM ou de rã?)

Enlouquecem a razão

Enlouquecem a razão (ainda bem!)

Control C, Control V

Geração Control C – Control V

Mas na vida

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