lembranças
Autor: Arlete Klens on Tuesday, 5 August 2014Lembranças
Lembranças
LIVRE CONFINAMENTO
Te leio e gosto do que sinto
Você é absurdo, você é verdade letal
Não quero saber de reticências hoje
Sou ponto final e cruel
Justamente como te vi há pouco
Despejando sangue viral
No melhor sentido cibernético do adjetivo
Nada de repostas, apenas perguntas
Nada de formatos, somente atos
Quero a mais autêntica peregrinação
Por um mundo imaginário visionário
De um novo aspecto de um antigo gosto
Quero seu texto, não apenas frases soltas
Quero prendê-las em minha mente
Eu enrolo o bigode
E os problemas passam.
Não é para quem pode,
É para os que se acham,
Perdidos, na imensidão
Do pensamento que foca em nada.
Tormento? A alma acabada, solidão?
São nada
Se comparada a obra e a criação...
A alma não é pequena
E valerá, com certeza, a pena,
Mas a vida é uma obra, à partida, comprida
E a criação faz-se dia à dia.
Tormentos?
Que fiquem presos a eles
Aqueles
Que preferem deles aos momentos.
Rui Correia
Há um Povo
Há um povo silencioso que não faz barulho pra não incomodar os barulhentos capitalistas. Pois os barulhentos capitalistas fazem guerra com qualquer povo que faça barulho. Pois fazer barulho é a natureza dos capitalistas sociopatas, desconectados da natureza que os cerca, e da própria natureza do homem. E no silêncio da floresta, há um povo. Silencioso sim, mas há um povo.
Charles Silva
Um poeta não fala de amor, fala do vento.
Não fala de dor, fala da chuva.
Não fala do medo, fala do frio.
Um poeta não fala.
Respira, sussurra...
Um poeta não tem alegria, não chora.
Um poeta não sente depressão, não sente.
Um poeta não fala a verdade, não mente.
Um poeta não fala...
Um poeta não tem palavras, tem gestos.
Não tem história, tem contos.
Não tem vírgulas, tem pontos.
Não pergunta, exclama.
Não lê, declama...
Um poeta não declara, supõe.
Dançar na Chuva
A felicidade em primeira instância requer duas coisas:
Uma delas é lançar-se liberto e completamente
A outra é reconhecer-se nas coisas simples
Como a atitude de dançar na chuva
Quando a chuva vem
E lá vinha ela
Há de servir
O que hei de contar.
Ah, há!
Há de prestar!
Emprestar com ágios
Os ágeis conselhos;
Cobrar as moras
De tuas morais refeitas.
Feitas em pó,
Tornadas em cinzas
Todas as palavras
Lançadas ao vento
Como folhas…
Folhas que tomo para escrever
- E tu as hás de ler
As palavras que hão de te agradar;
Hão de ventilar tuas ideias,
Para que haja sonho em tua noite
E haja som em teu ouvido.
Havendo isso, me vou.
Preste atenção à vida;
À tua e à dos outros!
Aprenda, principalmente com teus erros!
Não repita os erros de teus pais.
- É o atalho para crescer. – Peça desculpas;
Não se pode impedir de errar.
Seja franco, não fraco!
Sonhe, tenha coragem!
Mas viva hoje, não amanhã!
- É a única forma de realizar
Teus sonhos. – Vá em frente!
Não como um carro,
Que não sabe aonde vai;
Mas como um pássaro
Que sempre sabe como voltar.
Voe! Voe alto!