Geral

Vinho de sangue

Dai-nos o tecido veludo nos olhos
Um momento a mais para por salivas
Com gosto vulgar na borda do cálice,
É como comparar uma prostituta a uma bebida má
Quando o vermelho escapa.

Ter no fundo do quarto escuro o mergulho dum livro
Que não diz fim nem começo.
A cópula sagrada
O redemoinho e o vento
Passagens estreitas a mundos distintos
Ver o gozo o gesto metido na atitude do ser mais velho.
Quando fazemos o que não está no escripte
É porque uma sombra do futuro
Invadiu a vida da alma pesada

a lua vai alta

Madrugada fria
e eu aqui sozinho.
 
Preciso de ti.
 
Onde estás?
 
Longa é a noite em que te espero.
 
Mas não, não quero pensar,
que não vais chegar,
para me aqueceres nesta solidão.
 
Não suporto mais sofrer.
 
Quero o teu amor.
 
O tempo parou e
eu não percebi.
Acho que tu chegas-te
quando eu parti.

Sabe o que é estar feliz com quase nada?

Pois bem. - Acabo de lançar meu primeiro livro de contos e crônicas, que inclusive estará na FLIPORTO em novembro deste ano. No momento só se pode comprar o livro via internet diretamente no website da editora. Sinceramente meu objetivo enquanto escritor já foi atingido, pois, acabo de saber que três pessoas no Japão compraram o meu livro via Internet. Ou seja, três pessoas do outro lado do mundo compraram o meu livro. Isto pra mim foi o máximo, era só isso o que eu queria. Claro que eu não sei quem são essas pessoas.

last night

É noite... lá fora a cidade já dorme. Aqui, o tempo passa lentamente, abro o maço, tiro um cigarro, e puxo-lhe fogo. Penso na vida. Dias passados, dores sofridas, pontapés levados, lágrimas a rolar, enfim, um amontoado de coisas, hoje já sem nexo.
Sofro, estou só, desamparado, e acima de tudo odeio a vida, ou melhor dizendo, a vida repugna-me.
A noite vai longa, o sono não chega, dou voltas na cama... por fim adormeço. 7h15m, o despertador toca, acordo, . . . enfim foi só mais uma noite.

tristeza

Fecho-me num quarto escuro, onde tudo se torna claro, acendo um cigarro, o último do maço... choro lágrimas de sangue por alguém que quero que morra; tento extrair de mim toda a dor existente, mas não consigo, enfim... bebo um gole para esquecer, mas não consigo! O que será de mim.
Refugio-me num copo de absinto, e tento arranjar solução para o que me é visível, mas estou só e desamparado. Não me é possível, . . . estou triste.

Despedida

Despedida

Vem sentar-te comigo ao entardecer
Sentir as metáforas moribundas de um peito aberto
Rasga de mim o rascunho desbotado da lágrima
...erradia de mim um verso...ébrio...
...uma melodia crepuscular...
Retira de mim toda a ternura que nunca escrevi
Bebe dos meus olhos , o sal que o mar não tem
O diluvio serenado em silêncio ...

QUEM SABE...De mim...

                   QUEM SABE... De mim...

 

Naquela tarde quente, que incendeia,

Fui refrescar-me à borda da ribeira.

Absorta, tacteei a fina areia...

Divaguei...recostada à oliveira.

 

Aquilo do que eu gosto, não é ouro.

Nem quero o arco-iris alcançar !

Nem quero possuir alcácer mouro

Ou jardim de repuxos d'agua a jorrar !

 

Só quero ver estrelas. Não tocá-las !

Ver e sentir o voo do pardal.

Ver florir as < três  rosas> e beijá-las,

Molhar os pés no orvalho matinal.

 

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