Geral

ABSTRATO

Descobrir-te
na pluralidade,
uma sucinta definição do meu eu,
atreladas com perfeição
um consentimento,
meu âmago a lidar
entretecendo em minha alma,
volver-se, o passado,
o vigente,
ou a contemporaneidade,
às vezes tão absorto da realidade,
manifestando o senso,
abduzido de sensações
difundindo a existência,
assinalando, com efeito,
um indício de um alguém

Oração pelos Meninos da África

Oh, Deus! Proteja os Meninos da África!
Sei, o senhor já ampara tantos meninos
Pelo mundo!
Mas proteja esses Meninos!
Os Meninos da África!
Quando nascem já estão sós,
Como pequenas estrelas perdidas na escuridão.
A miséria, senhora dessas terras,
Inimiga das famílias africanas,
Diverte-se sobre um palco de medo e dor
Os Meninos da África nascem sobre a terra
Machucada por guerras sem fim.
Oh! Homens cruéis que roubaram a beleza
Da África!
Cenário de Príncipes e princesas.

Gloriosa Pátria Minha Língua

Gloriosa Pátria minha língua,

Que da glória é bem falada e mal vivida.

Minha dor, minha pele, minha saudade,

Minha flor, meu rancor…e piedade.

 

Lusitânia das estrelas despojada

Em gral fecundo vaso anunciado.

Liberdade em cidades desbravada,

Idioma pelo mundo semeado.

 

Oh Gloriosa Pátria minha língua!

Diáspora abstracta fecundosa

De mundos e virtudes valerosa.

Sê minha, sê tua, universal,

Língua Mãe,

Sonho Pai,

De Portugal!

Cadeirante menino

Lá vem!
O cadeirante menino,

Com sua luneta lunar.
Fazendo curvas
Na triste vida dos homens,
Rasgando risadas de estrelas pelo ar.

Suas pernas estão paralisadas;
Mas, em suas veias corre o sangue límpido de Deus.

Velejará por mares infinitos...
Por entre cânticos sublimes de um lindo apogeu.

Não se curva, não fracassa,
Sua vida é um milagre;

Tem na alma a agilidade de uma fragata.
Sabe, portanto, sua missão:

O zoinho daquela mulé

O zoinho daquela mulé

 

Apois seu dotô, eu vou lhe contar

Fui pra cidade ôto dia comprá ração

No armazem dei de cara com uma luz, um clarão

Quase que eu ceguei de tanta ofuscação

Dois zoinho brilhante que acendeu meu coração

Era uma moça tão linda, atendente no balcão

 

Adepois de uma longa prosa ela pegou na minha mão

Quase que eu me mijo de tanta emoção

Me chamou prum armoço de família, numa grande reunião

Nois vamos é namorá, e já pretendo casá adepois do são joão

 

A Ilha, Eu e Tu

A Ilha, Eu e Tu

Eu sou uma Ilha
E tu também
Porque ambos queremos ser felizes
E as Ilhas aparecem sempre
Milagrosamente
Depois do nada!

Eu sou Ilha e tu és Ilha
Porque ambos temos definitivamente
Uma História
Feita de incompreensões e vontade
Segredos e silêncios
Amores adormecidos
Com a força do vulcão
E a verdade dos sorrisos ganhos
Na pureza das levadas!

Depois

Depois da luz do sol se apagar
E de se dar vez ao luar
Escrevo eu este poema
Minha alma está pequena
E não paro de pensar
A lua
As estrelas
Tua beleza nua e crua
É das coisas mais belas
Que não vou comentar
O porque desta poesia
Vou apenas te amar
Amar, como tu querias
Não mais preciso escrever
A magia de te ver
Vasta-me para ser feliz
Poder tocar-te
É mais que desejar-te
Ou seja como quem diz
Vasta-me para ser feliz
Amar-te

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