Geral

Talvez

Talvez com um pouco de sorte

Talvez alguns dias do futuro sejam brandos

Talvez um homem chegue a Marte

Talvez Israelenses e Palestinos peçam perdão

Talvez a ONU assuma suas responsabilidades

Talvez o dinheiro perca mais valor

Talvez alguém me telefone

Talvez quem sabe eu a veja na cidade

Talvez aquelas luzes sejam da cidade onde vou

Talvez este avião finalmente pouse

Talvez eu veja alguém no desembarque

Talvez eu tenha febre hoje a tarde

Talvez eu consiga terminar este poema

Olissipo

Sabe ao Tejo e sabe ao sal
e sabe à excessiva alma
de que é feito Portugal.
Tem gosto a eternidade,
ao que é velho e ao que é novo
e ao deslumbre e a saudade.

Cheiram a luz e a brilhos
suas colinas que o sol doira,
Raiada de becos, trilhos,
escadinhas, largos, travessas...
Há em si tanto mistério,
traz nela tantas promessas.

ser

E no infinito do teu ser, oiço murmúrios de uma voz magoada, no meio de um silêncio puro e perfeito.
Lábios sedentos de um beijo, olham-me cegos do meu ser, e minha alma perdida na nostalgia de uma noite invernosa caminha para junto do teu eu.
E junto à relva eu me encontrei, a ouvir os murmúrios de um ribeiro, e a pensar nos teus olhos cor de violeta como estrelas, na tua face terna e suave e nos teus cabelos de oiro fino que brilham ao luar de uma noite que encerra grandes mistérios.

Sem Dicionários

Sem Dicionários

Meu poema é insólito e ilícito, pragmático talvez
Porém, serve bem para os iconoclastas como eu
Nesses tempos de nova ortografia portuguesa
Que virou quase um lixo idiomático
Fundiu a mente dos incólumes
Fazendo intumescer até os corretores ortográficos
Buscam desesperados, literatas congruentes
Tentando resgatar lembranças do ensino fundamental
Imperfeitas escolas de conteúdos rasos
Não tente entender isso, são dogmas literários

O Doce da Mulher

O Doce da Mulher

 

Onde está o doce da mulher? Há quem diga que está na boca, na ternura, na meiguice, no carinho e tantos outros lugares. Acho eu que em primeira instância está no espírito feminino, pois todo o resto é efêmero. É discutível e diverge para cada um. Para mim, não importa onde está, pois o feminino tem o gosto do mel.

 

Charles Silva

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