Falso Poeta
Autor: Reirazinho on Monday, 11 April 2022Um poema para encher o peito
Sentir que você é necessário
Enganando o próprio respeito
Formatando o poema hilário
Contando estrofes e silabas
Para caber em pífias mentiras
Um poema para encher o peito
Sentir que você é necessário
Enganando o próprio respeito
Formatando o poema hilário
Contando estrofes e silabas
Para caber em pífias mentiras
Gostaria de voltar a ser asséptico, resguardar minha pureza nas plumas tão belas. Hoje o vento me viola, e a lua cheia fita meu fracasso. Percorri terrenos tão azuis, pareciam quimeras de sonhos juvenis; hoje a escuridão estrelada decai o vigor que havia em outrora. Fui limpo um dia, mas hoje, sujo; impuro, cheio de vermes perscrutando meus órgãos: a cada segundo minhas entranhas são devoradas por decadências até ontem estranhas.
Cinco sílabas
Para Midgard
Doze versos para bárbaros profetas
Um quarteto ao machado de algoz
E um exaurir sangrento aos povos.
Eis o hino de Yggdrasil ao mundo.
Norteando apenas virtudes ao homem
Fatigando fraquezas e congelando
Niflheim, um aquecer soberano.
O sentimento que é sentimento
Vem sempre completo e completa
Tudo o que encontra fragmento
Como se fosse poema pelo poeta.
Farto-me de dizer o que sinto
E, no fundo, ninguém imagina:
Sou muitíssimo mais do que sinto,
Sobretudo sob o efeito da adrenalina
O melhor de tudo é não crescer
Por dentro que é onde importa,
Em vez de ficar adulto e perder
A chave que abre qualquer porta.
Agradeço o olhar e a vista,
Agradeço o ar que respiro,
A distância que ainda dista
De mim e do último suspiro.
Vai? Imperativo: serve para mandar,
Para seduzir, ser sugestão, orientar,
Querer que seja feito, apontar, ajudar,
Condicionar, manipular, influenciar.
Cada um vê, lê, entende sem querer,
Sente-se bem, persuadido sem saber,
Interpreta assim a sua forma de ser
E pensa que, quiçá, isso é viver.
Quando ir não é simplesmente ir,
Mas sim tudo o que parece existir.
Descrever-se é, tantas vezes, fingir
Que há mais para fazer que sentir.
Que venha cada um ser um leitor,
As conversas que mantenho comigo
Representam o meu porto de abrigo.
Os meus pensamentos são como naus
Que fogem do mar e encontram calhaus.
Há naufrágios que sentem o fundo
Sem terem visto metade do mundo,
E outros navios vivem amarrados
Em sargaços com seus rumos salgados.
Se o encontro das partes separadas
É alegria nas palavras faladas,
A espera pelos momentos conjuntos
Celebra-se até mesmo sem assuntos.
As conversas que mantenho comigo