Versos perdidos
Autor: camille sirat on Monday, 24 June 2013Meus versos estão perdidos... Por ai passeando.
Passeando na terra?
Na lua ou na rua?
Versos perdidos.
Versos ocultos.
Onde estão meus versos?
Num beijo,
Num tumulo ou na esquina?
Meus versos estão perdidos... Por ai passeando.
Passeando na terra?
Na lua ou na rua?
Versos perdidos.
Versos ocultos.
Onde estão meus versos?
Num beijo,
Num tumulo ou na esquina?
São realidades que não viverei outra vez
São realidades únicas.
Realidades que exigem paciência e dedicação.
Realidades ora de fantasia ora real
Quando na vida serei fada? Duente? Bruxa? Nunca!
Na vida real nunca serei nada disso.
Só no teatro posso desfrutar dessa louca realidade.
Não sei se sou quem na verdade pareço ser!
Sou tantas vezes lágrima em sorrisos perdidos
Que afoguei a minha própria tristeza no peito.
Sou um trapézio de cordas bambas mas seguras,
Sou um rio que a chuva enche de lamentações.
Sei quem sou aos olhos da chuva que me encharca
Mas na verdade, não sei, quem na verdade sou.
Por vezes, sinto-me assim, a modos que perdida
Apetece-me chorar! Mas já não sei como se faz!
A vida tratou de me roubar as lágrimas salgadas,
Marcou-me um destino de brisa-primavera,
SIMPLICIDADE
Eu quero escrever com humildade:
Tal como o poeta Aleixo –
Frases simples. Versos da vida,
como ele a viveu com simplicidade,
Porque a vida, como a vejo –
Mais que sonho, também é realidade.
Na manjedoura está a ração para as cabeças de gado.
Miguelsalgado, "Escuro"
A borboleta às cores pousou na flor às cores a morrer por cima do pano que tapa o espetado que havia sonhado e gritado e caído amparado na terra dos pedaços de carne em decomposição. Na terra dos pedaços de carne em decomposição há o esperma que caiu no canto escuro da casa e que depois foi atirado para fora da porta trazendo consigo os cavaleiros do apocalipse que ainda hoje encostam o focinho preto dos cavalos nas vidraças. O focinho preto dos cavalos nas vidraças desenha uma boca fechada e despro-vida de sensualidade tal como um corpo gretado e sujo envolvido numa mortalha tosca.
A aparência de uma maçã
A fome de um andarilho
A cultura de um estudante
Na sinfonia do universo
Nuvens ventos chuvas
Estradas flores gritos
Supérfluos adjetivos
Cravados em um monumento
De soberbos acirrados ingênuos
Panfletos gestos animalescos
Soldados e bombas
Insurgi bravos brasileiros
Com suas lanças de um mais um
Milhões de passos que vi na TV
Bravo
SOU DEUS
AMO
DE TE VER.
Quero sair daqui
Sair desse quarto e ver a noite.
Ir pra uma festa e voltar de madrugada...
Quero acender a luz e escrever.
Quero sair do quarto e sentir o vento lá fora
Sentir a noite e as estrelas
Eu quero levantar desda maldita cama e sair
Sair e só voltar quando eu estiver bêbada.
Quero ir a uma festa
Levantar desda maldita cama e sair.
Quero brigar.
Jogar algo contra a parede e gritar.
Quero quebrar o prato e xinga-lo,
Quero algo para abafar minha voz...
Quero brigar...