Geral
Balada XXV
Autor: Laura Alberto on Tuesday, 18 June 2013balada XXV
[para o Afonso]
todos os oceanos de gelo
No Palco
Autor: CharlesSilva on Tuesday, 18 June 2013No palco
É no palco onde sou mais verdadeiro, mais claro, mais exato. No palco todas as paixões viram baladas românticas e toda lágrima vira blues. No palco sentimentos sem nome e sem identificação mostram-se em mim. Onde me conheço e me desconheço simultaneamente, isso é estar no palco.
Charles Silva
Era glacial
Autor: CharlesSilva on Monday, 17 June 2013Era glacial
Quem sabe o coração me dirá que essa escuridão um dia vai acabar, ou quem sabe o sol vai nascer e acabar com essas sombras, tenebrosas sombras dessas intermináveis noites frias. Mãos geladas, baixa pulsação, o corpo doe de frio, mas a alma resiste, não há cor, tudo é gelo ou cinza no meu coração que está em plena era glacial.
Charles Silva
Ela está comigo
Autor: CharlesSilva on Sunday, 16 June 2013Ela está comigo
Chagas
Autor: Miguelsalgado on Sunday, 16 June 2013Assustei com uma canção feia. A minha esquerda. A minha direita. Para olhar para a frente. Olhei para trás. Vi a cruz das 4 direções do espaço. E parei. Parei diante de um cruzamento supersticioso. Com vermes. Corados. A espernear. Saídos de buracos húmi-dos com pêlos. Pretos. Mortos.
Miguelsalgado, "Escuro"
Dilúvios
Autor: Miguelsalgado on Sunday, 16 June 20132.
Sonhei com um cavalo-marinho de boca aberta nas montanhas.
Estava morto mas mexia-se.
O vento empurrava-o e ele rebolava com a boca aberta.
Nas montanhas vi homens e mulheres a dançar.
Um homem solitário escavava no meio dos homens e das mulheres.
E os homens e mulheres continuavam a dançar.
Riam-se da morte.
E havia água enlameada que não parava de subir.
Tive então um desejo: meter o arco-íris na boca do cavalo-marinho e entrega-lo ao homem que escavava.
Glória
Autor: Miguelsalgado on Sunday, 16 June 2013Deixa adormecer. Pega no corpo. Mete o corpo numa banheira. Não deixes acordar. Faz furos até ao interior dos ossos. Espreme os ossos para que a medula saia. Não deixes acordar. Deita água a ferver para que a pele desapareça. Esmaga o corpo até ficar como uma folha de árvore. Não deixes acordar. Tira o corpo desse banho de sangue. Não dei-xes acordar. Pega no corpo. Enrosca o corpo. Mete o corpo num canhão a apontar para o céu. E dispara. Para que o corpo chegue até à abóbada celeste. Para que o corpo possa flutuar como uma folha caduca. E assim cair suavemente.
A Poetisa Zemary
Autor: CharlesSilva on Saturday, 15 June 2013A Poetisa Zemary
“As palavras se recusam a escravidão,” como diz a poetisa Zemary. Com toda razão, pois as palavras dão liberdade ao poeta, porque a poesia só tem compromisso com o íntimo e a harmonia gramatical. A nenhuma lei está subjugada a poesia, nem o poeta em seu delicioso entrelaçar com as palavras e os sentidos. A boca não pronuncia tanto quanto sentido poético, mas as palavras sim.
Charles Silva
COMPANHEIRO FIEL
Autor: Madalena on Saturday, 15 June 201373 COMPANHEIRO FIEL
O Senhor Jesus, companheiro fiel!
Colocou açúcar na minha boca, quando amargava como fel!
Me abraçou, quando ninguém quis me abraçar!
Me carregou nos braços, quando não aguentava andar!
Me perdoou, quando ninguém queria me perdoar.
Como posso deixar?
Esse amor tão verdadeiro, companheiro, um elo de ouro, da corrente que me ligou a Ele!
Sofro por Ele, vivo por Ele!
Não vivo sem Ele!
Ele é a Luz. Seu nome é Jesus.
Autora: Madalena Cordeiro