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MILICIANO

Aquela mão assassina,

Que trucida e chacina, 

crianças de rua.

 

É a mesma, já festiva,

Que afaga e cativa,

Os cabelos da sua.

 

Sem complexo de culpa, 

Nem dó, nem desculpa,

 Guarda sua arma.

 

E, no momento seguinte,

Dorme, com todo o requinte,

Um sono leve, sem trauma.

 

A mesma mão que golpeia,

É aquela que semeia,

Rosas no quintal.

 

E, uma hora depois,

Lê a tragédia na página dois,

Comendo um lanche frugal.

 

 

Única

 

Única

 

Só temos, ela!

ela é única, no meio de tantas.

Diferente por vários detalhes,

Unidas por tantos detalhes.

Feita para sorrir, mesmo com desejo

De chorar.

Não para por nenhum segundo

Pois feita para seguir.

 

A dor faz parte dela, mas também.

Flora o amor.

Ela é bela e singela

Tem grandeza

Tem valor

Tem o azul do Céu e o calor do sol.

Tem o mar pra refrescar e a lua pra

Contemplar.

 

Asas

 

Eu queria subir até ver os céus de cima,

Entender o segredo dos pássaros,

Ir além deles

Pisar nas estrelas,

Beijar a lua,

Deitar nas nuvens

E descobrir o que existe acima de tudo isso.

 

E então voltar,

Pisar o chão

E olhar o céu de baixo.

Entender o segredo dos homens

Fazer mais que eles

Pisar nas ruas,

Beijar o vento,

Deitar nas águas...

Entender os homens, ser um deles

Mas ser mais que eles,

Ser um homem feliz,

Um homem realizado.

 

Evolução

 

Evolução

 

Como observa a evolução!?

 Se necessário parar de viver

para apenas obsevar!

Mas como retornar a vida!?

 

Então escolho parar de obsevar

E seguir sem objeções as normalidades

Do irreal!?

 

Ou simplesmente mergulhar em uma

Loucura lúcida

Procurando os sentidos  de coisas

Que não fazem sentido.

E suicidar o corpo, para que a mente

Consuma toda carcaça.

Em um foda-se 

Liberando qual quer emoção

Tardes de aleluia

Eram metais os rostos vivos em desuso
Qual se nutre de bafio morredouro,
Terrívomos em diálogos,
Mênstruos enciumados em taças delicadas
Sobre espíritos mutáveis
Das horas que nunca foram outras
No medo de vir à luz
Ou em degredo ferido do que és.
A tarde de aleluia dir-te-ia que fora
O já é
Sendo concertos no ater sonolento
Da passagem rápida do dia.

Imensidão

 

Imensidão

 

Diferente do tempo que devora pelas beiradas,

Eu tento viver me devorando por inteiro,

Busco nas entranhas, o banquete principal.

Aquilo que está atrás dos ossos e sangue.

Que manifesta em seu poder a sensação prazerosa sádica de sentir na morte interna o demasiado prazer.

 

Meus lábios funcionam como vinho nesse banquete,

Belíssimos abridores de apetite preparam o terreno para o ato se consumar.

Aos poucos, mas buscando engolir sem mastigar, quero o desejo último,

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