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Romance sonâmbulo

 

(A Gloria Giner e a
Fernando de los Rios)

Verde que te quero verde.
Verde vento. Verdes ramas.
O barco vai sobre o mar
e o cavalo na montanha.
Com a sombra pela cintura
ela sonha na varanda,
verde carne, tranças verdes,
com olhos de fria prata.
Verde que te quero verde.
Por sob a lua gitana,
as coisas estão mirando-a
e ela não pode mirá-las.

Sonhos de dez anos

Condenaram minha culpa confessa

Cavalgar nas pedras de solidões de pernas machucadas

Corações divididos em lençóis sistemáticos
Do que foge a conta

Veio-me nesta manhã uma tormenta,
Pulsos jorravam sangue impuro
E sem glória,
No regar das flores brancas do jardim
Que tu plantaste
Em estercos incomíveis de sarampo.

Oriente minhas mãos que eram nortes
Oriente meus monstros que eram...
Nada mais
Nada menos
Que gotas leves no sacrifício da dor do estorvo.

Representação

 

Representação

 

Morreu alguém fora de mim.

Esse foi o último homem

Que representei.

 

Agora tenho que continuar

Sem esse homem

Que um dia,

E por várias vezes

Foi programado.

 

Sei também,

Que eles querem me reprogramar.

Atualizar o programa.

Não!

Seguirei firme,

Pelo único caminho,

Saboreando minha única opção.

O sabor da dúvida, do mistério,

Da complexidade e da liberdade.

O caminho do esforço.

 

Fruto Paterno

 

Fruto Paterno

Herança paterna.

Luta individual da conquista.

Paternidade cruel,

Amável.

Desejo teatral.

 

Realidade psíquica,

Realidade real.

Riqueza interior,

Sentido da vida.

 

Mundo mosaico.

De perto a deformação Egoica.

De longe a transcendência,

Transformação heroica, paternal.

 

Pensamentos perversos.

Atos sinceros, infantis.

Herança primitiva.

Vida deformada,

Alma demasiada.

 

Pano de fundo.

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