Desejo de Paz
Autor: Paulo R Pereira on Saturday, 26 February 2022Desejo
Que toda a alegria do mundo
Desejo
Que toda a alegria do mundo
O breu da alma cega a retina em prece
A falta do poderoso divino nos escure
Cegueira moral e fulcral no mundo
Os açoites da morte cada vez profundo
Chicoteando a carne demasiada humana
Escravidão natural da beleza profana
O feio é exuberado como licor
Ressentimento e facas: nosso fulgor
Preso na lâmina a mentira inóspita
Brilhando sangue no reflexo, luxuosa
Derrama ignorância na sórdida ingratidão
Humanidade enterrada em podridão
Outrora um dia no prado ganhou
Esculturou o mármore e sonhou
Na força do ferro
A batida do martelo
Criando resistência
Na tenaz obediência
O ferreiro ranzinza
Assopra o pó cinza
De luto por felícia
Pela vida sevícia.
No perigo diário
Sofre tudo calado
Na barba anciã
Carrega a vida vã
Aposentado só
Morreu sem dó
Escondeu amor
Na forja em dor
É a vacuidade somente,
só há ela e imperfeição.
Imagine a existência,
após, veja o grande vazio.
Observe a potência chegando,
A forma querendo ser viva;
feito a assombração do breu
rugindo ódio no homem daqui.
A vida jaz; medite agora!
Apenas aceite como é;
o nada natural do todo:
— Da calma para todo o seu fim.
Rochas em seus pedaços arregaçados,
justaposto aos resíduos dos mares,
com sangue e tragédia, a azáfama
do apocalipse maldizente.
Nem rançosos Panzer’s são tão funestos
quanto os alicerces da história humana.
Decadência, virtude, vida, morte: nada
O nada agora importa, o nada se tornou
tudo, como era eu e você.
Insatisfação por milênios, nós carregamos
como Dybbuk sobrepondo nossos fardos;
A vontade, desgraçada vontade,
amaldiçoou o homem, em sã consciência
Como Zeus com Atlas segurando o céus.
TAKE ZERO
nessas horas escassas
nessas mesas vagas
eu me sentei disperso
-a favor do vento-
para construir uma ilusória historia
com típica encenação surreal
que poderia se adaptar
a uma sequência original
fotografada pelas lentes
de uma câmera retrô super-8
e com ela obter a máxima performance
dos prováveis atores do set...
e que o novelo da história
desenvolvesse uma trama
que incitasse o público a sonhar
Percorra os galhos dessa seiva, pobre vida
E Voe como corvo atrás de seu alimento
Pereci tem muito tempo, feito Júlio César
Meu império não morre, volto para vingar
Não digladie comigo, pérfido sujeito; fuja
Quando ainda pode, sua alma cairá feito
Roma, pois o provérbio do guerreiro dita:
Quando Roma vive, o mundo sobrevive
Quando Roma cai, o mundo inteiro decai.