OLHO O VÃO
Autor: AMANDU on Friday, 8 February 2013UM POEMA
É SEMPRE LIDO
MAS QUE RAIO
ANDA METIDO
UM POEMA
É SEMPRE LIDO
MAS QUE RAIO
ANDA METIDO
Peçonha
À maneira das serpentes
Rastejamos sinuosamente.
A diferença é que
fazemos isso na vertival.
Não sei por onde ando,
hoje não sou dona de mim,
pertenço à imensidão das horas,
que me corroem sem fim…
Soltei o grito calado,
que sufoca a solidão,
e nas asas do vento,
deixei ir o coração…
Sinto a brisa tocar-me,
embalar o meu lamento,
no bailado das ondas do mar,
afoguei o pensamento…
Deixai-me ir sem destino,
porque me quero de mim perder,
por vezes prender-me em mim,
é mais cruel que morrer…
Ártemis
PASSO
TU
VI
E LI.
COMO
FOI
QUE
ME
ENCONTROU?
Veijo-a sempre passar séria, constante,
--Ás vezes, inclinada na janella,--
Tranquilla, fria, e pallido o semblante,
Como uma santa triste de capella.
Seu riso sem callor como o brilhante
No nosso labio o proprio riso gella,
E ella nasceu para chorar diante
D'um Christo n'uma estreita e escura cella.
Seu olhar virginal como as crianças
Jamais disse do amor as cousas mansas;
Jamais vergou da Força ao choque rude.
Última estrela a desaparecer antes do dia,
Pouso no teu trêmulo azular branco os meus olhos calmos,
E vejo-te independentemente de mim;