Geral
FUSÃO
Autor: elson mesquita ... on Sunday, 20 January 2013
Um choque de estrelas.
Uma explosão.
Ninguém ferido..
*IDYLIO D'ALDEIA*
Autor: Gomes Leal on Sunday, 20 January 2013Oh! que harmonia!
Cadente s'esvoaça pela fresta
D'um visinho postigo!
(Hostia d'ouro)
Não sei que ha que me impelle
Para o teu escuro olhar!...
É mais branca a tua pelle,
Do que o linho de fiar!
É tua boca um botão,
E o teu riso a lua nova;--
Quem me dera ter na cova
Os _ais_ do teu coração!
Mal podes saber o gosto
Que tive da vez primeira
Que te avistei, ao sol posto,
Debaixo d'esta amoreira!
LEMBRAS-TE?
Autor: Bulhão Pato on Sunday, 20 January 2013
Quando vier a primavera
Autor: Alberto Caeiro on Sunday, 20 January 2013
Quando vier a Primavera,
Se eu já estiver morto,
As flores florirão da mesma maneira
Confissão d'uma rapariga feia (INCOMPLETA)
Autor: António Nobre on Saturday, 19 January 2013 Ha raparigas n'este mundo,
Ha raparigas que são feias,
Mas nenhuma tanto como eu.
De mim tenho nojo profundo,
Ciumes do Sol, das luas cheias,
Que vão tão lindas pelo céo!
Nos arraiaes, nas romarias,
Adelaides, Joannas, Marias,
Todas tem par, mas menos eu.
Todas bailam, rindo e cantando,
E eu fico-me a olhal-as scismando
Na sorte que o Senhor me deu!
*CONFISSÃO A UMA VIOLETA*
Autor: Gomes Leal on Saturday, 19 January 2013Eu confesso-me a ti, doce flor delicada!
Recolhida, modesta, e sol da singeleza,
Das vezes que atravez da verde natureza
Fiz soar com orgulho a bulha do meu nada!
Em vez de amar a vida humilde, chã, callada,
Do sabio estoico e são, exemplo d'inteireza,
Quantas vezes cuspi no Justo e na Belleza;
E cri-me o Fogo e a Luz da géração creada!
Orgulho! orgulho vão! Vaidade e mais vaidade!
Como disse o rei sabio e justo á claridade
Dos astros da Judea e ao gyro dos planetas!...
MARINHA
Autor: Rimbaud on Saturday, 19 January 2013
As carroças de cobre e prata —
As proas de prata e aço —
Espalmam espumas, —
Esgarçam maços de sarças.
As correntezas da roça,
E os sulcos imensos do refluxo,
Elevação Equivoca
Autor: António José Se... on Saturday, 19 January 2013
A terra chama, sem voz que o diga
Suando ao sol, um fôlego alterado
Onde o Homem come, sobre o estrado;
De esforço, tanto, que lhe compense a fadiga…
Qual encontro marco no destino
Se é rua, do meu ser, (pequenino) …
Já os caminhos estavam trilhados
Sobre passos desorientados, tementes
Que em seus desejos, medos ardentes
Haviam perdoado, os olhos fechados…
- Pois, que se abram outras qualidades
Quais vençam, sempre, as vontades.
*A MUSA VERDE*[1]
Autor: Gomes Leal on Saturday, 19 January 2013Il apellait l'absynthe sa «muse verte»
(Les derniers bohémes)
Io vidi gia al cominciar del giorno
La parte oriental del ciel tutta rosata.
(Dante. Purg.)
Infelizes!--os sujos, verdes limos,
Que vezes não tem visto os afogados!...
Corações tantas vezes sobre os cimos
Do Ideal! e que o Vicio tem marcados!
Quem os leva por esses vis atalhos
Do Desespero, Fome e Suicidio,
E ao verde absintho e aos sordidos baralhos!
--Elles que leram Dante, Homero e Ovidio?