Geral

Tempestade da alma

Lá fora, o sol brilha

E eu perdida nesta sala

Mobilada de imobilidade.

Há em mim silêncios,

Memórias de tempestades

Que me fazem perder o rumo

Apenas consigo imaginar o azul do Céu

Minh `alma errante, procura-me

Não sabe que estou encurralada

Estranho-me incessantemente!

No reflexo da água deste rio

Que corre adormecido em mim

Há fantasmas que me limitam

A angústia domina-me

Guiada pela minha própria sombra.

Entre o papel e a caneta

Há um mistério que não sei decifrar

Tango

Dança latina

Em forma de poema

Sentimento que baila

De forma sensual

Dentro de um coração

Envolto em paixão

Balança o corpo e a alma

Desperta a imaginação

Selada de emoção

Tango

Dança que acalma

Que atiça

Que inspira

Dança argentina

Mexe com a retina

Encanta, balança

É fantasia

Tango é romântico

É drama passional

Na pista de baile

É belo, sensual

É poesia!

 

Sonho azul

Fecho os olhos e em alta voz

Penetro em sonho azul

Invoco Deus em minha oração

Adormeço débil e sonho que sou forte

Num universo em constelação

Não me despertem, quero viver

Viver sorrindo mesmo que seja em sonho

Morrer de amor e continuar sonhando

Como fazem os poetas

Quero ter pesadelos de otimismo

Deixar passar as horas de melancolia

Neste quarto mobilado de imobilidade

Vejo sombras que de longe me sorriem

São sombras de luz

Sombras amigas de cor azul celeste

Rumo ao infinito

Em teus olhos

Vejo uma metamorfose ambulante

Tuas pupilas são o meu mundo

Não sou bipolar, sou flutuante

Elas expressam calma

E se idealizam na certeza do infinito

Tua voz habita no silêncio da saudade

O Céu está tão distante

Que Minh ‘alma sofre de ansiedade

Sou infinito de contradições

Sou complexa para ser explicada

Muito confusa para ser entendida

Sou um poço infinito de palavras

Jamais fui compreendida

Costuro o infinito sobre o peito

Cada momento, cada segundo

Renascer das cinzas

O fogo surgiu na linha do horizonte

Devorou vidas inocentes

Desnudou aldeias e vales

Deixando um rasto de dor

Gritos de desespero rompem

Entre o fumo e o fogo

A tristeza corrói dentro de corações gelados

Envoltos em línguas devoradoras

Mágoas ferem e marcam a alma

Daquelas gentes desesperadas

Torturadas pela dor da perda

Porquê meu Deus? Porquê?

Faz-se silêncio entre as cinzas

Numa noite horrenda, sem luar

Tentando ouvir a voz de Deus

E vem a madrugada negra

Pintando estrelas

Pintei estrelas

Nas paredes do meu quarto

E vi o Céu ao alcance das tuas mãos

Bordavas de luz o firmamento

Pedacinhos de estrelas surgiam

E aos poucos se apagavam

Na harmonia das cores

A natureza era esquecida

Uma brisa tocava-me o rosto

Sentia a essência da vida

Na escuridão, o infinito

Todo o ponteado de estrelas

Fazia germinar em mim sementes

Sementes de amor e de paz

Com o esplendor de um anjo

Sentia a Tua doce presença

Que me envolvia suavemente

Palavras ao vento

No amor

Não soltes palavras ao vento

São balas perdidas

Num coração enamorado

Palavras ao vento não movem pensamentos

São mentiras, Sorrisos fingidos

Sentimentos vazios, amores traídos

Bombas que caem sem razão

São dores conformadas pela própria dor da ilusão

São pensamentos sem amor

Sorrisos de tristeza que se escondem

São línguas de fogo sem calor

Palavras doces o vento pode pronunciar

No frio cálido de uma voz entontecida

Palavras o vento leva...

Inspiração

Fico em silêncio e escuto

Meu instrumento é a música

Minha rima és tu

A inspiração aflora

A poesia acontece

A inspiração surge do fundo da alma

E faz renascer meu coração

O que antes era dor

Hoje move a minha emoção

A Inspiração

É o combustível para a alma

Povoa a minha existência e imaginação

A cada por do sol, um novo horizonte

A cada amanhecer, uma nova estação

A cada sorriso uma nova vida

A cada instante, nova emoção

Navego com meus poemas

Inquietude e calma

Hoje levei a alma a ver o mar

Descobri que seus olhos brilhavam

Enquanto contava histórias de encantar

Sentia-se um cheiro a flores secas

E a capim molhado

O vento rodopiava em meus cabelos

Tentando compor um poema

Mas choveu nas palavras

Que o vento não escreveu

A chuva é agora um poema disfarçado,

Assombrosamente delicioso

Um sopro de vida que recebi

Neste mar salgado e delirante

Desta alma que agora me sorri

Gosto quando os meus olhos veem além do meu olhar

Esperança

Ingrediente indispensável à vida

Um sonho feito de despertares

Um empréstimo que se pede à felicidade

É o sonho do homem acordado

Um alimento da alma

É o desespero superado

Esperança

É a dor em poesia

É a promessa eternamente suspensa

Diante dos olhos que choram

E do coração que padece maresia

Esperança...

Um sonho feito de despertares

Calmante que a natureza concede ao ser humano

Angústia dos instantes de dúvida

Certeza nos momentos de fé

Esperança

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