Geral

Sou Mulher

 

 

 

SOU  MULHER

 

 

 

Sou mulher!

Sim, sou mulher!

Todos os dias de todos os meses, de todos os anos

Sou mulher!

 

Sou mulher, sou mãe, sou avó

Enfermeira, cozinheira, arrumadora

Amiga, amante, apaixonada

Companheira, vigilante,

Mas também sou carente e triste

Sorrio com lágrimas, e choro com sorrisos

Luto já vencida à partida, mas luto

A Dama de Negro III

III
EXISTÊNCIA
 
 
 
 
Dêem-lhe um corpo,
Formas perceptivas,
Alicerces que sustentam conteúdos.
E ela deixa de ser um ideal,
Traço ou miragem,
Que flutua nas profundezas mentais.
 
Esta prisão cerebral,
Só no mundo das ideias sei viver.
Viver apenas no cérebro
É uma existência demasiado silenciosa.
 
Triste viver sem existir –

A Dama de Negro II

II
VOZ
 
 
 
 
Escondida do mundo, escondida em mim.
E vivo assim, estou e não estou.
Como uma dama de negro
Eu sou.
 
Na toca escura, reprimo-me.
Enclausurada na minha prisão,
Nas minhas mãos a chave,
Mas estou trancada dentro de mim.
 
Triste é viver sem existir,
Dá-me vida. Dá-me corpo.
Ar e movimento,
Som e melodia.
 

A Dama de Negro I

I
INTROSPECÇÃO
 
 
 
Habitas a minha mente,
Há tanto tempo te concebes aí dentro,
Estás em mim antes de ter noção de ti,
E desenhei-te as formas todo o tempo...
 
A contemplar-te tenho estado,
Percorrendo os caminhos mentais,
Mil léguas íntimas tenho desvendado.
Olho e enxergo...
 
Ali jaz.
Embebida num cálice negro,
No covil da minh'alma,

As cores do mundo

                      Por vezes me sinto perdida

                      Ou presa em reflexão

                      Em pergunta metida

                     Enclausurada paixão

 

                   Porque amar assim?

                   Inadvertidamente profundo

                  Puro da cor do jasmim

                 Branco, com as cores do mundo

 

                  Haverá quem por mim tenha,

                  Esse amor? Eu...um sêr único

                  Quero que a coragem me mantenha

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