Geral

A internet matou a arte

A internet assassinou a arte,
deixou em seu caixão o resto,
largou suas flores do fim
no funeral da criatividade.

A internet negando o ócio,
promove o neoliberalismo,
estamos sumindo como pó,
e a revolta se tornando pop.

Tudo é toda uma mesmice,
não tem algo surpreendente,
velamos um passado familiar,
num eterno retro futurístico.

Minha missão

Chacoalhar como um pandeiro,
estremecer como um bumbo
e dançar na loucura da vida:
minha missão nesse mundo.

Quero fazer do melancólico
uma piada de mal gosto,
quero ser um palhaço louco
rindo do ingênuo bucólico.

A vida é sobre o intérprete,
um filme sem roteiro,
talvez sem todos os atores,
uns rasgam, outros, vespeiro.

Quem dera se eu fosse uma estrela

Tento controlar a minha raiva,
por vezes consigo despistá-la,
agoniante serão meus dias
se no desespero eu pirar;
se eu perder o controle sobre
mim, nada terei para aguentar.
Medito vendo estrelas do céu,
gostaria de ser uma estrela,
ver a humanidade do alto,
não ter motivações ou raiva,
quero ser apenas um brilho.
Vejo a cólera como um salto,
um pulo tênue entre razão
e emoção, é um espaço tão 

CÁ & ACOLÁ

CÁ & ACOLÁ

 

 

by   Fernando Antõnio Fonseca

 

 

o longe é de perto

o perto

do olhar incisivo

que o perscruta

indagando dele

seu afã e suspiro

 

como uma verdade

desperta, sabe

que seu além

é a proximidade

das horas

e de suas demoras

 

amparando-se nelas

para seu fôlego pousar

como à distância

sabida

faz-se o perto de longe

percebido...

 

 

 

 

 

 

 

 

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