Intervenção

Os velinhos da minha aldeia

Os Velhinhos da minha aldeia.
As costas curvadas pelo peso da idade.
Já, Não sonham mais grandes viagens.
Em Beira mar ou em margens.
 
Os velhinhos da minha aldeia.
Sobre os traços dos seus rostos.
Quantos socalcos lavrados e esteiras.
Pelo tempo e á dureza das lavouras.
 
Os velhinhos da minha aldeia 
Não viram mais lindas páginas.
Um caldo como bebida.
Um pouco de pão que se compartilha.
 

Estrela

Deixei meu coraçao aberto, foi o meu fracasso

Bebeda e cais no chao, so queres estar só

Nao consegues ver a tua dor?

Deixas-me doido em nao puder ajudar

A minha fraqueza diz quero de mais

Tentei ajudar-te antes

Ofereci a minha mao e deixas-te só

Afogas-te na água,

Como posso ajudar-te?

Eu estou a seguir com a minha vida

Deixa me invernar

Neste 25 de abril,
Nas comemoração, da “revolução”
Do que parece uma ilusão
Nesta nação, País débil,
 
Nesta triste primavera
Quem me dera
Que como as flores,
Que com todas suas cores,
A esperança renascesse,
 
O cravo de novo esclarecesse,
O espirito de abril aquecesse,
A dor do povo desaparecesse,
Mas neste jardim 
 a beira mar plantado,
Nenhum parasita foi eliminado.

O Rico

Agora que tenho frio e tremo
Quero aquecer-me com um cobertor
Sentir o quente do tecido
Que me conforta e dá calor

Ligar o fogo e fazer chá
Convidar o amigo e beber junto
Biscoitos, travessas, azevias...
Para o Natal, todo o conjunto

Mesa farta e azevinho,
Ao centro e sem malícia
Cerveja, sumo, vinho,
Todo o tipo de delícia

Quero ter perto a minha família
Dizer-lhes o quanto os amo
Abraçar, beijar, rir muito
E preparar o novo ano...
 

Um Lindo País

(Para o meu querido povo, que sempre me apoiou)

A quem sabe do que falo
É dedicada esta quadra
A partir de agora não me calo
Nem que me levem para a esquadra
 

 

Portugal, tão pequenino
Mas tão cheio de grandezas
Onde quem luta pela vida
Vive a vida com miudezas

Portugal, de vista curta,
Procura a sua salvação
Mas a doença não tem cura
E ainda nos rouba o pão

Talvez seja uma palavra

Disseram-me que para crescer,

Eu teria que mudar.

Contaram-me que para aprender,

Teria de falhar.

Ensinaram-me que sofrer,

Faz parte de amar.

Que na vida para correr,

Eu teria de andar.

 

São histórias contadas,

São retóricas debatidas.

São memórias inventadas.

Por mentes distorcidas.

 

Mentes que me elucidam,

Que me dizem como escrever.

Numa métrica que diziam,

Ser a única a escolher.

 

Tempos de Guerra

Sem motivo sou poeta, sempre tive visão correta, sente-te vivo nesta divisão que eu divido numa situação de merda, emancipação da caverna, através dum livro construtivo na dissipação da névoa, participação benévola, onde eu evito o erro que eu repito com manipulação discreta, isso é rejeição oposta a aceitação da voz com o discurso dos teus avós que um homem nunca foge em tempos de guerra.

 

Rimar sem dizer...

O que a preguiça começou,

 Amanhã termina.

A vontade que falhou,

Há-de voltar um dia.

 

Acordo mas no entanto,

Não me chego a levantar.

O tempo vai passando,

Sem eu me importar.

 

Ser poeta é um tédio,

Que o digo de boca fechada.

Na poesia sou um génio,

Porque rimo sem dizer...(nada).

 

 

 

 

 

 

 

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