In Reflexo*...
Autor: F.G. on Tuesday, 31 March 2015Se aceita, se planta em boa terra
Para que floresça em tempo vindouro.
Amigo...
Amigo é ser incondicional
É ver longe e não ver mal
É sentir perto, quando algo está incerto
É dar sem ter que receber
É ter orgulho quando o outro tem sucesso
É respeitar quando não vê, mas dizer sim porque prevê
É estar presente quando o outro está ausente
É ter um ombro liberto para o outro acomodar
É sentir amor quando vê no outro dor
E é muito mais, até de mais, porque a vida do outro lhe provoca ais
É ser feliz sem não o ser, mas regozijar por tudo o que ao outro pode dar
AC
Tudo o que posso dar...
Empurro a custo as palavras com a pena,
Na sentida dor de não mais as decorar...
Borrato de tinta o papel em noite amena,
Com a esperança de a ti poder chegar.
E nelas ponho sentimento tão profundo,
Que espelham bem no fundo do meu ser,
Tudo aquilo que mais anseio neste mundo,
A alegria imensa, intempestiva, de te ter.
E se for preciso emprestar de mim,
Para que a vida nos possa vir a sorrir,
Tudo e bem mais daquilo que posso dar...
Correrei atrás dos sonhos sempre assim,
Enquanto eles nos possam fazer sentir,
Que o amor pode estar prestes a chegar.
Solidão...
Não percas esse teu sorriso
Tão belo e contagiante...
Caminha através dele,
Para o mais longe e distante.
Sente-o como um perfume raro,
Serve-o como peça cristalina...
É com sorrisos tão belos,
Que o mundo se ilumina.
Não vás, não partas já,
Não quero que isso aconteça...
Logo virá a solidão,
E não quero que anoiteça.
Sociedade de hoje em dia
Poder da Mente
Mistura-se o real com o imaginário,
Extenso tapete desenrola-se na pista
E tudo o que se funde parece niilista
Perante um cotidiano consuetudinário.
O pensamento atrofia-se, parece ilógico,
Criam-se nuances que se mesclam sutis
Dentre raciocínios ininteligíveis e imbecis
Que se tocam e se viciam como o tóxico.
Este torpe cenário cada dia se agiganta
E a inverdade que nada tem de santa
Engana, distribuindo utópicos chocolates...
Percebo que o tempo aprisiona meus sonhos
E meu pensamento é refém de minha agonia,
Estou num cativeiro onde é a alma que alumia
A solidão encarcerada do mundo enfadonho.
Minha tela mental parece um rascunho sem giz,
Totalmente isenta de rabiscos que me fazem ser,
Vagueio num sono branco sem me reconhecer
E desperto num ambiente sem saber do que fiz.
O raciocínio é entravado num cosmos sem nada,
A consciência batalha para lembrar o pretérito,
Contudo mergulha num redemoinho frenético
A ilusão dos imortais
Morre no mesmo instante
Em que o tempo enterra ideais
Para guardar em seus anais
O destino cruel das horas mansas.
Herdeiros? Onde estamos?
Onde não estamos? A vida
É um sepulcro talhado, é vulto,
Mas quando a sombra aparece
Envolta em retalhos de luz
Tem-se a certeza de que se vive
E doce é o néctar desta sensação.