Meditação

vou voltar ao meu corpo

Vou voltar ao meu corpo, fui além das coisas visíveis dos olhos. Mas regressei, não me apercebi que o sangue corria e que havia uma atmosfera violenta no amor. Vou voltar ao meu corpo. Fui além da sensação das pedras sobre os meus pés. A água era a minha alma e eu bebia este absoluto e todo este absoluto a mim regressava.

COMO EU ME VEJO. COMO OS OUTROS ME VEEM. COMO DEUS ME VÊ.

 

COMO EU ME VEJO. COMO OS OUTROS ME VEEM. COMO DEUS ME VÊ.

De: William Vicente Borges

 

Sou eu no espelho

Enrugado

Duro

Impróprio

Ridículo?

 

Sou eu no retrato

riscado

Borrado

Surrado

Passado.

 

Sou eu nos teus olhos

Mistério

Afetado

Sei lá

Não sei.

 

Sou eu aos olhos de quem?

Humano

Ferido

Encharcado

Cercado.

 

Sou eu aos olhos de Deus

Sua Imagem

Alma vibrante

TRANSCEDÊNCIA

De repente estarei em teu mundo,
Onde evoluiu o pensamento
E derredor não existe o medo;
Navegando neste céu profundo,
No infinito, em um sombrio momento
Conhecerei teu real segredo.

Sentindo a alma leve flutuar,
O silêncio das fúrias passadas,
O coração puro e venturoso,
Em teu solo muito a caminhar
Saberei que as terrestres estradas
Tornaram-me, assim, impiedoso.

O Tempo

 

Onde está o tempo que você disse

Que tinha há uma hora atrás?

Para onde foram os minutos

Que os segundos devoraram?

 

Ainda acho o digital

Mais cruel que a ampulheta

Como a mesma, mais cruel que o solar

(Aliás, o Sol já se pôs

E a Lua já está morrendo).

 

Por que eu fico perdendo tempo

Esperando por você

Se eu não tenho tempo pra mim

E o tempo não nos espera?

 

É mais difícil, hoje, contar as estrelas;

Elas passam mais rápido que ontem

Minha fraqueza é minha força

Minha fraqueza é minha força

 

Tenho em mim o poder de mil sóis

abrasados na forja da esperança.

Que pena que esse poderio

seja perdido na minha pusilanimidade.

 

Tenho em mim o desejo de um leão

em caça da sua presa.

Que pena que esse querer

seja perdido na minha indiferença.

 

Tenho em mim a humildade de uma Madre Teresa

cultivados no calor da provação.

Que pena que essa modéstia

Seja perdida no meu orgulho.

 

Do alto do meu amor-próprio,

O divino

O divino

 

Minúcias do pentagrama mágico,

detalhes  da cruz salvadora,

segredos  do talismã indígena.

 

Objetos de poder divino

Ritualizados, sacralizados, dedicados

 

São nossas as premissas básicas

União com o todo,

paz interior,

serenidade.

 

O eterno está entre nós...

 

Mauricio Duarte (Divyam Anuragi)

FÉ CEGA, CARTEIRA RECHEADA

Irmãos, estamos aqui nesta noite,

Reunidos no sublime amor de Cristo,

Livres da espada de fogo e do açoite,

Do demo, do "cão", daquele bicho esquisito.

 

Como vocês devem estar sabendo,

A igreja passa por uma decaída,

Temos contas a pagar, estamos devendo,

E o caixa da igreja tá na pindaíba.

 

Estamos contando com sua contribuição,

Para saldarmos, agora, alguns compromissos,

É água, é luz, telefone e sabão,

Minha roupa engomada, meus dentes postiços.

 

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