Tempo
Autor: S.L.Lima on Friday, 18 April 2014Como um peregrino, caminho ao encontro da beira do espaço e do tempo
Como um peregrino, caminho ao encontro da beira do espaço e do tempo
Acordei ao som do marulhar de um lago
Trago na minha bagagem
roupas em cores e tons básicos
* _* _ *
Hoje,
Sentei-me à espera
Que o tempo passasse.
E esse rude tempo
(Que desde sempre nos foge),
Acabou mesmo por escapar.
Amanhã,
Talvez me volte a sentar
Para dar novas asas
Às vãs expectativas.
Sendo tão humano
Como qualquer outra pessoa,
Tenho o direito de cultivar
A minha ociosidade!
02.08.2011, Henricabilio
Naquela viela estreita, gentios horrores
Um bafo quente, de estranhos odores
Com nome esquisito Rua das Atafonas
Tabernas esconças, cheiros e sabores
Putas, encostadas, em porta carcomida
Gastas pelo tempo, escadas da má vida!
Vendem o corpo mal nutrido,desajeitado
De mamas caídas suportadas em trapos
Pernas ao léu, varizes azuis aos esses desenhadas
Voo por mundos fora,
Há procura do meu lugar.
Não há maior demora,
Que a de nos encontrar.
Às vezes chove sobre nós,
Molha-se o nosso olhar.
Às vezes cala-se a voz,
Que nos costumava chamar.
Tentamos ser heróis,
Mas somos simples mortais.
Não pensamos no depois,
E o tempo não recua, jamais.