sulfato os temores e as diabruras no solo aquecido pelas reflexões; no solo aveludado onde as quezílias se desprendem das peregrinações ao cerne de mim mesmo; onde as palavras coloram os meus nutritivos ditames.
A ponderação que subsiste em mim
Nos devaneios concretos da escrita,
É uma maternidade que, assim,
transfiro a razão para o lugar devoluto onde elaboro uma obra literária; onde enceto uma romagem às palestras rejeitadas pela minha juvenilidade; onde a turbina do deslumbramento suprime as minhas abundantes insubmissões.
reúno cantigas que conduzo ao fulcro das minhas emoções onde as infâmias deixaram cicatrizes que persistem nos meus testemunhos pungentes; que submergiram as causas que abracei mas que ilustram agora os meus pensamentos.
vou no encalço da esperança urdindo teias que me protegem das inquietações; recupero o fervor por cima das minhas afligidas lembranças; inspiro os arroubos das minhas utopias para que possa ultimar uma derradeira empreitada.
liberto-me dos alvoroços mundanos quando saltito sobre o desdém e a cólera dos outros; quando atiço a flama dos meus ideais ao transferir para a poesia as minhas conceções; quando inauguro o bom hálito dos meus sentimentos.
as brigas pela hegemonia suportam consequências desabridas que revelam a frágil textura que nos abraça: promovem os insaciáveis conteúdos da violência; transportam os serviçais da miséria na garupa dos seus múltiplos tormentos.
recordo a pressa em efetuar a triagem das emoções através daqueles que me rodearam e que subverteram a minha ingenuidade; e os acessos que descobri no recheio perverso da convivência.
a poesia ostenta os seus retratos e as suas premonições quando evidencia a miscelânea adubada pelos dilemas que sobrevêm; ou quando estampa os seus depoimentos de pureza na áspera construção existencial.
haja uma intrépida atuação que estilhace o recipiente mundano onde jazem os nossos temores e os nossos ultrajes; onde a reverência nos afaga com as manápulas corroídas pelas tentações; onde a miséria enfraquece as nossas utopias.