Natureza

A melodia que traz o Mar

Essa melodia que traz o Mar,
Nas suas ondas à terra de novo me levam,
E os Serafins que no Céu vivem, mas não sabem sonhar,
Para baixo o seu olhar viram e choram, 
Por serem cinzentos e não saberem nadar. 
 
Oh Mar, de ti proveio toda a vida
Mas na terra o teu sonho se perdeu
Desfaz esta página escrita em súplica e que não quis ser lida
E permite-me ser parte desse Império teu,
Onde reina a fantasia e habita a minha vida fugida. 
 

Madrugadas e Manhas

Dias noites Madrugadas manhas Tantos anoiteceres de alma amanhecida Sonhos de movimento em giratório rodopio Devaneios de juvialidade coerente palpitante Dialogos de perfumadas palavras de florais odores Belas muralhas revestidas de um musgo aveludado e verdejante guardam em altivos mirantes sombreados palavras secretas e sequestradas Passaros poisam em lindos ramos de adornadas arvores com flôres de laranjeira Cantam uma tal malodia que nos desperta doce em mansidão No coração entendemos o seu significado Mistérios entre natureza e alma vão sendo desvendados É porem o vento que em suave br

A terra estremeceu

Num curto espaço a terra estremeceu, o sol era forte o vento silencioso, tinha rebentado uma semente selvagem a sua origem era desconhecida, em redor dela “semente” todos esperavam para ver quem seria como veio ali parar na quele pequeno mundo silvestre, protegido pelas arvores de grande porte natural, a fronteira entre o desconhecido era grande um paraíso para todos os seres livres de caminhar suas vidas simples de grande beleza, ensinados por natureza a lidar sem facas nem ódio longe sequer pela ganancia do homem cruel, as formigas criavam caminhos para chegar a casa protegidos da noite e

Olhando sobre o mar

Olhando sobre o mar
 
Não há mais flores, nem festas
o brilho das celebrações findou
nesta desordem que aplaca
meu coração
carregando incansável
ainda a Primavera passada
esqueço-me que amanhã morrerá em nós
aquela madrugada vestida no festim das constelações 
que brilham além do reflexo deste mar tanto nosso
procura-me, entrelaça-te em mim
comemora-me uma vez mais
apaga-me o bulício desta luz virgem

Vento

Porque vais e continuas a voltar, vento?
Contigo trazes tudo,
E tudo de toda a parte,
Mas tudo é tanto,
Tudo é avassalador.
Pergunto-me quando vens,
As viagens que percorres não te pesam já na idade?
Pois eu já deixei de viajar,
As rugas caíram sobre mim como peso morto
E, por enquanto, só me restam as memórias de onde estive.
Não sei quanto tempo tenho
Até a idade começar a deturpar essas memórias
E transformá-las em visões turvas e confusas.
Vento, esse frio que é teu,
Não mo transmitas.

Maternidade

Infindáveis constelações de Amor…tão imenso …tão forte coeso e belo…

Como um coração talhado em branco mármore que emanando calor vai flutuando num ventre fecundado em lunar e luminoso liquido amniótico

Fortes coloridos de afeição e estima em forma de moldado e nuclear coração

Tanto bem querer fermentado em entranhas de carácter bravura e coragem

Tingem a florescente energia enraizada em fértil geração de ventre cristalino

Um celestial aroma de mil pétalas de rosa vão sendo colhidas sem serem tocadas, em cândidos jardins por virgens semeadas…..

A Côr da Amizade

 

Belas recordações em graciosa simetria harmoniosa

Como quem lança chuva bondosa de pureza abundante...

Mergulhadas em açudes de corrente florida Vegetações de alegria variada revestem janelas e beirais em sorrisos de vento em rajada

Bebe-se água em fontes de nascente de altas montanhas que tocam céus de inspiração

Serena esperança por entre floresta densa vai entrando em raios de sol quente

Silênciosos odores de paz Andorinhas de vôos soalheiros fazem seus ninhos de inocência

O Gado No Prado

Uma tarde nublada mas sem vento
E o céu do velho prado com uma paz de momento. 
Cabeças de gado entre cercas de aumento;
Sem seres humanos, sem tormentos
Só o gado no prado sem vento. 
Não há perturbação para os animais
No seu habitat natural
Não há nem perturbação para o prado!
Que é degustado de habitual...
Uma tarde afastada, mas sem vento
Rochas imensas! Árvores pelos arredores 
O pampa afastado sem um guri sequer de guaiaca!

Todo Mapa Que Vivi!

Quando eu era criança
Achava que tudo no mundo
Estava na minha dança!
E esse tudo era um misto-mudo
Do meu dia-a-dia
E da minha andança!...
No meu momento
No meu assunto
Com a minha esperança...
 
Quando eu era criança
Tudo se adaptava!...
Confiante nisso eu andava
Dominando as ruas
Passo por passo eu dava!
Porque naquela época
O passo por mim falava...
 

Os Grilos

Matagal fechado
Noite de verão
O som dos insetos
O som dos enganados
Matagal fechado
Fronte à ilusão!...
Rompendo silêncios
Criando renegados.
 
Cri cri cri cri
E morrem todos.
Todos inversos!
Todos viram passado.
 
Mundo enfaixado
Mundo em contusão
Martírio defasado
Sangue em combustão. 
Matagal fechado
O golpe da Visão!...

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