Pensamento

Noites de primavera

As noites de primavera
vão embora,
como a prima Vera,
em boa hora
antes do inverno chegar.

A prima Vera é estranha,
quer e não quer,
mas a saudade tamanha
é ainda mais mulher
para a fazer teimar.

Uma brincadeira de criança,
um sentimento de quem não sente,
um dizer que já me cansa,
um presente não presente.

É assim a vida
de alguém que não é assim,(!)
mas não ser assim são apenas palavras...

Se é o fim?
Só daquilo que não amavas!

Ousadia de palavras

Na ousadia das minhas palavras nunca temi, a coragem consagrou-me de lutadora independentemente ou não de ser uma vencedora.
Vencer acontece simplesmente quando tentamos e damos os nossos impossíveis.
Fracos são os que nos humilham com olhares violentos.
A motivação fica muito aquém de quem nos sabe dar aquela força que tão bem aconchega a alma e o coração.
Na ousadia das minhas palavras ouso dizer o simples que a ousadia inconveniente magoa e arranca a vontade de falar.

Culinária (18 e 19-04-2013)

Sento-me à mesa

E tu estrelas o ovo enquanto eu encho o copo com água

 

Não me rebentes o ovo!

 

E contas coisas que te preocupam

Como os Homens que são maus

(Eu sou Homem – falas tu de mim?

Ou falas numa generalização hipotética? –

Tu bem sabes que há Homens que não são assim!)

 

Tem-me atenção ao ovo!

 

Abano a cabeça que sim

Porque contradizer a tua ideia é chamar-te à atenção

É dizer que estás errada, que não é assim como dizes

(E isso não se diz a uma Mãe!)

 

A pena simples

A pena pega-me a ânsia. 

O descontrolo afasta este modo de viver descompassado. 

Como se fosse irreal ou impróprio. 

 

Nós não deixaríamos pois não?

Por mais que se tente - e eu tento, juro que tento. 

Tento ver o sol na pradaria, 

Estes sons de laranja e vermelho. 

Que me aquecem o pêlo num acordo suave eterno 

Entre tudo o que é ar, tudo o que é água e terra. 

Tudo é harmonia. 

 

E na alma, mais nada se ouve. 

É um silêncio tão puro e tão grave. 

Não quebra, não dói. 

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