Apenas vivo.
Autor: Inês Duarte on Sunday, 28 February 2016
Estou num caminho incessante,
Estou num caminho incessante,
O caminho da janela se deitou em minha vida
E as flores deste chão cicatrizaram as feridas
Diz a hóstia, diz o dízimo, diz a virgem imaculada
Que se deita em sua cama, que te ama e não diz nada
As crianças quando dormem sentem medo do escuro
Como pesa a consciência noutros jogos do absurdo
Falam na obediência de um deus desconhecido
Que se conta nos salvar colocando-nos em perigo
O Espaço
Pode-se dizer que o espaço
É um universal abraço
Ou um coração de mãe
Que tudo abriga e dispõe.
Cada ser tem seu lugar
Sempre um ponto onde ficar.
Os objetos finitos
São amostras de seu infinito.
Uns dizem que é ideal
Outros que o espaço é real
Que é o aqui, o ali e o distante.
Noção a priori diz Kant.
Ideia em seu intelecto
Do lugar em que os objetos
São dispostos no sensível
Mundo, que a nós é visível.
Perco-me nas estradas do teu corpo
* E tu nas curvas e nas descidas do meu
Nas sensações que nos temos
* E que sentimos como ninguém
Nas longas noites, nos longos dias
* No desejo dos nossos corpos nus
Somos nada mais que dois seres (...)
* Num só corpo.
Afinal o meu rosário é de penas
- Leve como a minha alma (...)
E o meu fardo é suave na mão de Deus.