Prosa Poética

O PREGADOR MUDO

UM PREGADOR MUDO
 
ORO, REZO, PREGO E AS MINHAS PRECES SÃO MUDAS
POIS DE  DESCALÇAS VELHAS E CANSADAS
NÃO CHEGAM AO CIMO DO MONTE 
ONDE O SOL SE POÊ E O MAR SE LEVANTA,
CONVIDEI UM BARQUEIRO PARA MAS TRANSPORTAR
E A PRECE LÁ ÍA NA PONTA DA BARQUINHA
EMBALADAS PELO O ONDULAR DO MAR  
NA FORMA DE UMA ROMà
QUE DE COROA SE ORNOU COMO UM REINO
POIS NO SEU INTERIOR TÃO JUNTOS E AMIGOS 
OS BAGOS EM PRECE ESTÃO 

A VISUALIZAÇÃO DO SOFRIMENTO

A VISUALIZAÇÃO DO SOFRIMENTO
 
ANDO SEM SABER ONDE PISO NA NOITE DE ALGUÉM,   
CUJO TEMPO NÃO TEM, MAS AO FRIO NÃO LHE CONVÉM,
PORQUE DAS SUAS ENTRANHAS MAIS PROFUNDAS, 
HAJA GENTE TRISTE E DESPIDA TAMBÉM.
 
E PASSANDO NESTA RUA DE PEDRA FRIA,
CUJO VENTO MURMURA NO ALÉM,
OIÇO UM AI! E ALGUÉM DOBRADO NA ÇALÇADA,
DOBRAVA SOLUÇOS TAMBÉM.
 
E A CHUVA APARECIA PARA FICAR NO RETRATO,
RESPINGANDO NA CALÇADA E NO VULTO,

UM PALÁCIO DE NOME PENA

UM PALÁCIO DE NOME PENA
 
VOU PELA SERRA  ACIMA 
NO MEU ESPIRITO SE ENRAÍZA
UMA FORTE PRESENÇA
PARO, ESCUTO E OLHO PARA USUFRUIR  
DA PAISAGEM QUE ME ENVOLVIA 
E QUANTO MAIS SUBIA 
MAIS A NEBLINA ME DIZIA ENVOLTA -TE NO MEU MANTO
E VEM DAÍ  POR CARREIROS E VEREDAS 
E NO CONFORTO DA ALMA
ME IMPELIA  A VONTADE
DE ME EMBELEZAR E BEIJAR

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