Prosa Poética
Chamaste-me ?
Autor: Frederico De Castro on Saturday, 9 May 2015
– Transbordo cada vez mais em ti
pressinto em nós cada minuto trajado
de inspiração
– Farto-me de tuas delicadezas
onde arranjo cada manhã
uma fé assídua
flexível enroscada em alegrias
passadas
perdidas em tuas subtilezas
– Acredito cegamente
neste destino que nos consome
Quando chover em mim
Autor: Frederico De Castro on Thursday, 7 May 2015
Deixei de ter alguma
coisa pra dizer
absolutamente nada
a não ser
deixar espalmado
nossos destinos estrategicamente
enamorados pela arte
empolgante do amor
num vasto encontro derradeiro
onde nos disfarçámos
tácitos
sorrateiros na formosa luz
Ouvem-se os sinos da aldeia
Autor: bento reis on Wednesday, 6 May 2015Já cá está... mais um! Já cá está... mais um!... Já cá está... mais um!!!!
Ninguém deve cruzar as pernas enquanto o sino bate a funeral!
E neste compasso metálico, repetitivo que fere as entranhas, passos lentos transportam a urna à ultima morada. Logo atras a família, reino do preto, olhos postos no chão, revivem memórias com a força ainda capaz dos corpos fragilizados, gastos no acompanhamento ininterrupto ao morto, na tentativa vã de inverter o fim. Tentam, avidamente, absorver todas as recordações que desejam perpetuar.
Encantamento
Autor: Frederico De Castro on Wednesday, 6 May 2015
Feri minha poesia
com overdoses extemporâneas
de desejos satisfeitos e insinuantes
egocêntricos
jubilando pelos teoremas
do tempo vadio
temperalmente tolerantes
nutrindo-te num sopro
de vida sempre mais possessivo
regenerado e tão expectante
Roguei ao teu sumido
Momentos vividos
Autor: Machado on Tuesday, 5 May 2015Momentos vividos
Passam os anos,
A velhice instala-se,
Sobram as rugas,
Invade-nos a solidão,
Partida
Autor: Machado on Tuesday, 5 May 2015Partida...
Porque partiste?
Porque renunciaste?
Porque não lutaste um pouco mais?
Já não te agradava o chilrear dos pardais?
Mais perto de ti
Autor: Frederico De Castro on Monday, 4 May 2015
Vou remando contra
esta rotina
umas vezes rude
outras tantas replicando eloquente
teus afectos enfeitados
pela esperança que acontece
em cada troca de palavras
que em gestos instintivos
e apetitosos
se entregam delirantes
em acenos cordiais,aparatosos
rompendo de desejos
A chuva partiu
Autor: Frederico De Castro on Saturday, 2 May 2015
Diante de ti sufraguei meus votos
ponderados
temperadamente extraviados
ao luar esfíngico
iluminando nossas miragens
cegas, desesperadas
naquele eco acelerado
onde veementes iludimos unidos
o traçado poético da vida
na rota dos ventos
qual chama inapelável que brotou
Superando a tristeza
Autor: Frederico De Castro on Friday, 1 May 2015
Sou, como sou
assim como as folhas
que morrem no Outono
enaltecendo admiradas
nossos jardins gotejando
expressivas gotas perfumadas
de amor
Sou, assim
revelado, exposto às
avaliações talhadas em palavras
endurecidas pelo tempo
inquirindo ao vento