Prosa Poética

LABUTA

 

 

 

semeio os cereais:

milho trigo e arroz

e faço eu mesmo a colheita

 

guardo tudo nos silos

depois enrolo os fardos

para vender

 

então descanso

-a terra precisa descansar

e eu também

 

por isso

espero a época certa

para recomeçar a labuta

 

semeio os cereais:

milho trigo e arroz

e não tenho tempo para amar

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Os itens do silêncio

Cada item do silêncio é peculiarmente extravagante
Empola todos os desvairados lamentos quase delirantes
Agrega em si os mais absurdos e estapafúrdios ecos insinuantes
 
Num ínclito sussurro a manhã desvela-se tão abrasante
Rega todos os desejos estrondosos, mirabolantes…tão divagantes

Passadiço do tempo

Caminho pelo passadiço do tempo deixando no pavimento da vida
Sílabas que se entreabrem num felino croché de palavras deslumbradas
Provocam no silêncio o breve balbucio de uma carícia quase, quase asfixiada
 
No passadiço do tempo os dias escorrem finitos, voláteis…tão conformados

para onde iremos nos

PARA ONDE IREMOS NÓS?
Luiz Silva
 
Para onde iremos nós
Pergunta que sempre faço
Iremos pro belo céu
Ou vagaremos no espaço
Ou dormiremos pra sempre
De todos perdendo o laço?
 
Você deverá pensar:
Duvidar não é cristão
Porque o que está escrito
Não foi escrito em vão
A Escritura Sagrada
Traz toda revelação!
 
O dever de todo o crente

causa primeira

Causa primeira
 
Causa primeira do peixe na folha
Foi olhar Rios bravios, monções
Olhar cristalino
Olhar consiso
Causa primeira do rabisco do peixe 
Foi cheiro acre 
Exercer sentindo do ofato
Causa primeira do peixe foi o mar de arribação
espinha do peixe esqueleto do peixe
Escama do peixe parecendo mil olhares
Causa primeira foi olhar peixeira, Pedra e peixe, todos amarrados em feixes
Em um único nó

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