Prosa Poética

Aqueles Momentos

Meu amor nunca é tarde nem cedo para quem se quer tanto!

Lembras-te daquele fim da tarde que se prolongou até ao nascer do dia?

Tu tremias e eu tremia,

a timidez dos nossos lábios encontraram-se num beijo prolongado,

e tu amor, deixaste caído o lábio dormente e dizias-me apaixonado  não e sim.

E a noite de verão á chuva, que deu vez à aflição dos desejos incontroláveis, lembras-te?

Foram tantos os momentos únicos de amor!

Percorro

Percorro, num arrepio de pele,

em direcção contrária dos ventos intemporais de paixão,

e sacio a fome infinita do desejo

no abraço que me aconchega

sobre os olhos deste céu que chora.

 

Gila Moreira 17/02/2014 - para ti (Sameiro) - A distância não deixa longe o está dentro.

 

Eternizo-me

Eternizo-me  no teu corpo e

torno-me devassa de ti

nas águas espessas do Inverno.

 

Rastejo ao sabor do frio

em auxilio dos teus lábios quentes,

e na inconstância ondulação da maré

do teu corpo eu afogo-me.

 

Gila Moreira 17/02/2014 - para ti (Sameiro)

DEUS É TUDO

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Nasci do Nada e vivo em torno de Tudo, nada existia quando minha mãe me consebia.

Na hora do meu pai, e hora da  minha mãe, eu estava presente, sem forma e sem aparência de gente. Do Nada fui formado, no Tudo edificado!

Quando alguém chega em nossa casa, perguntamos: Veio sozinho? A pessoa responde: Sozinho e Deus!

Deus é Tudo! Como veio sozinho? Porque olha em volta e não se vê nada.

  Então Deus é nada? Não, não Ele é Tudo!

Ousadas carícias

No recato quarto

sobre lençóis de fogo de carências,

entrego-me ás ousadas carícias.

A polpa do fruto arde lentamente

como a espada elástica da noite,

a mão rítmica aprofunda o abismo,

 que desaba todo o império de gemidos, e

pelas curvas proféticas suava,

expelindo o odor puro do prazer.

 

Gila Moreira 14/02/2014

Cavalo de Fogo

Meus dias galopam na sua própria garupa

à  procura dos teus,

meu sangue quente corre veloz

como cavalos em fúria nas artérias,

salta a cerca e penetra no meu pasto com fome infinita,

bebe - me e sacia a sede no meu riacho, entre longas montanhas

que ardem como o cavalo de fogo,

dançando sobre o lume em suaves gemidos.

 

Gila Moreira 14/02/2014

Namorados

Segues-me?

O meu caminho não tem cercas,

rasgo aqui a linha do texto do regresso,

exijo – me serenidade,

em caligrafia da verdade.

 

Atravessaste – me o caminho,

Namoras-me o momento?

Eu namoro-te. Não haverá mais trevas.

 

Presenteias-me a alegria, e

eu distribuo o sorriso num olhar cintilante.

Fascino-te?

Tu fascinas-me. Hoje é o fim das trevas.

 

O Coração

Escuta!

És tu que bates sobre o meu peito?

Ouço-te,

umas vezes apressado,

de mansinho no vazio do silêncio,

com Amor sentimento

desenhado pelas palavras,

não terás nunca que passar por tristeza.

Tuc-tuc-tuc, esta é a tua voz

que jamais esquecerei,

a Voz da vida,

a que tanto desejei.

 

Gila Moreira 13/02/2014

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