Existir
Autor: Gila Moreira on Tuesday, 4 February 2014Podemos nascer entre o Sol e a Lua,
dormir sobre as estrelas,
sonhar nas nuvens,
despertar na aurora,
descansar entre a terra e o mar,
simplesmente existir.
Gila Moreira 04/02/2014
Podemos nascer entre o Sol e a Lua,
dormir sobre as estrelas,
sonhar nas nuvens,
despertar na aurora,
descansar entre a terra e o mar,
simplesmente existir.
Gila Moreira 04/02/2014
O despertar do verbo Amar
Persigo em mim, o despertar do verbo amar
em poema que desfaz duas paredes,
para construir uma fonte.
Em mim, despe-me e demora uma eternidade,
desenha-me defronte,
descobre-me a menina e faz-me mulher
prometendo amar o que só pode viver para sempre.
Fecho os olhos para ver a demora e
o regresso do tempo desperta a nostalgia
do silêncio afirmativo,
Primeiro a tua mão sobre o meu seio,
depois o roçar do joelho,
e o ventre mais à frente é a tua maré.
Então já a maré subiu de vez,
agora a mão já impõe,
já não embala, mas,
o beijo é a onda,
onde a boca exige:
o querer mais sal,
mais quente, e
já não há mais gesto que se invente.
Afagos de Amor e nudez,
somos a maré alta de quem ama,
por fim, a ternura,
Estás aqui mais dentro que o sangue,
queimas as artérias,
a saliva,
os lábios,
Onde as línguas bebem o meu nada
que tende para os excessos.
Ferve-me a boca de desejo,
bebe-me as aflições do meu Mar,
tranca-me a onda de espuma
no teu porto,
pronuncia-me o respirar em cada sílaba do meu nome,
Fere-me o olhar de mulher felina em paixão ardente.
Teus caminhos põe pedras no rio, e
sobes ao leito da boca onde somos,
duas bocas, duas línguas, e
sós somos nus,
onde e quando ardemos.
A cama ou a falésia ou a jangada, onde
as permutas de vapores,
de tempestades de incêndio faz-se excessos,
são os meus desejos.
Refluxo de lábio desmaiado toca o fundo infinito.
somos o vento que sopra outra maré,
ardemos ou morremos?
Redijo textos em livro fechado,
páginas rasgadas da memória,
com palavras que trespassam o espírito e
preenchem o título do livro “Vida, desejo e Amor”.
Dedos cansados,
quentes,
derretem as sílabas que queimam o papel,
poder do verbo em livro fechado.
Esquecida e ao teu lado,
sou o livro fechado.
Gila Moreira 22/01/2014
Meus lábios estremecem… quando
a minha boca chama-te,
meu rosto brilha… quando
os meus olhos procuram-te,
teu perfume marca o caminho… onde
o meu silêncio cheira-te,
meu corpo arrepia… quando
as minhas mãos acariciam-te,
meu peito desmaia… quando
o meu coração aconchega-te
nesta guerra de Amor.
Não sei onde vais respirar,
sempre que esta força repousante do coração aparece,
Quero dormir de mim,
ausentar-me,
dormir para não existir.
Não procuro descansar,
só quem sabe morrer
termina de ser.
Preciso tanto de dormir,
esquecer-me do tempo,
do nada,
do tudo,
nunca pensei que esta escolha me agitasse tanto.
O meu corpo não dorme,
reboliço de lençóis se misturam,
durmo como os bichos,
"Num lancinante fundo onde o caos escriba o sexo em prosas que despes ao longo de um precipício, a minha abertura interior, trémulo, concentras-te nas labaredas que ardem e nos afundam num tempo que não é de ninguém, porque a poesia é um nome largo, o grande pulso que reflecte as folhagens em brasa que gemem expelindo impulsos longos, seivas compactas, odores entre as humidades em áreas delirantes, as figuras de estilo nos baixos ventres, a vulva onde o assombro é uma única poça de água, o êxtase onde são visíveis os lábios secretos de um poema"
Luisa Demétrio Raposo