Prosa Poética

Separação

Perdura-se tempo demais dentro de comodidades. Desprezíveis e vãs são.

Olhem que grandes apatias lhes deram! Seus sorrisos não duram uma noite, seus tatos não saboreiam o inverno. Passam pelos miseráveis e dá trocados sem olhar a quem. Não deram nada. Fizeram para poderem dormir em paz à noite com as vidas que aceitaram.

O último romântico torna à cama em retalhos; a última sonhadora, à rotina. Pela moral e pelo medo vão-se os sonhos. Digam adeus e vão-se embora.

DUAS MÃES

                           DUAS MÃES 

Numa igreja se encontraram, duas mães em certo dia!

Uma cheia de alegria, levava chegado ao peito...

Um filhinho a Batizar!

   A outra infeliz que saía, levava um filhino também!

  Óh! Mas essa pobre mãe, levava o filho a enterrar!

 

Autora: madalena Cordeiro.  Meu primeiro poema escrito em 1968. Cursava a 4ª Série Primária.

O POETA

              O POETA 

O poeta não tem acepção, tem que usar todos os gêneros...

É comédia, ou canção, exótico ou cristão!

Temos que levar ao mundo, a literatura!

Agradar todos os gostos,um gosta de comédia...

Outro gosta de vários tipos de leitura!

O bom é ler!

   Eu gosto de escrever!

Você gosta de ler?

Então vou escrever!

 

Autora: Madalena Cordeiro

Encontro Dos Iguais

 

Ressoa o bardo solitário do jovem pela manhã: Felicidade! Felicidade!

Suas mãos evocam o desejo – Felicidade!

O véu branco estirado no colchão dá lugar aos dois. Um incita o desejo do outro – Felina! Felina!

O pêndulo de Schopenhauer que gravita entre a vontade e o tédio agora repousa. Não podem estar juntos. Mas as paredes impedem os pensamentos saírem de lá. Deitam-se e cada corpo saboreia um ao outro. É proibido falar – Feminina... Feminina...

São todas uma só.

Na Tormenta

NA TORMENTA             

Em meio à tormenta,

caí e me vi à deriva:

já não vejo as estrelas

e a Estrela do Sul foi só uma fantasia.

Eu espero que passe a tormenta

para levantar as velas

e esperar o vento que me levará ao Sul...

Não me importa encontrar a andorinha,

eu só quero o coração que a feiticeira escondeu

As tardes com María

AS TARDES COM MARIA

 Só quero seguir teus passos

 quando vejo que caminhas pela praia de Copacabana.

 Gosto de ver as pegadas que deixas sobre a areia

 e ver como o sol desenha a sombra de teu corpo sobre a areia.

 Parece que as ondas do mar também querem beijar teus pés.

 Então, para não perder-te, eu grito teu nome ao vento:

 - Maria!  Maria!

E você me vê a correr pela praia de Copacabana,

 seguindo tuas pegadas que as ondas do mar já esconde.

 E para não perder-me, gritas meu nome ao vento:

  - João!  João!

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