Prosa Poética

Desde lejos

Desde longe chegaste vestindo os lírios
Do campo com cores acetinadas e tão gentis
Engravidando até a Primavera velejando neste
Silêncio fértil, pulsando, pulsando volátil e subtil
 
Desde longe promulgaste a noite enamorada
De muitos orvalhos debruçados caprichosamente

Chuva de cristal

Desfaz-se a madrugada em prantos amaldiçoando
As trevas proverbiais alimentando a lamparina de
Cada lamento enferrujado marinando no convés
Da solidão tão peregrina
 
Cai uma chuva miudinha em gotas de cristal
Colorindo a noite debruando o epílogo dos nossos
Desejos mais perspicuos ao estampar a aurora com
Soberbos beijos tão insaciáveis…cada vez mais inadiáveis
 
Na superfície de todos os horizontes eclipsam-se

LUPA DISTRAÍDA

 

Parecia ser tudo azul, mas depois tudo foi sendo diluído com as  luzes que vinham lá de fora e eu confundi as cores da sala das sete janelas,  as 7 horas da manhã parecia azul, as 11 horas da manhã  lembrava o azul, as quinze horas ainda tinha tons de azul, as 18horas quando a luz ia embora eu percebi que tudo era azul como  o céu é, todos os dias antes do fim da tarde.

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