Soneto

Soneto do Surreal

Entrelaço na terra
Sou cheiro lima alecrim
Várias pedras da serra
Caminho de raíz crispim
 
Num carrascal que chama
Pela flor primaveril
Na rocha entre lama
Pulga em cravo de abril
 
Soneto num concerto
Musgo emparedado
Sempre terreno canto
 
Sufoco empedrado
Com joaninha desperto
D´um toco repousado

QUERO DIZER-TE, AMOR

Deixa cantar-te assim, versos de amor…

Que o meu coração te quer dizer!

Esculpidos com carinho e com fervor

Que nesta tela pintei, para te oferecer.

 

Têm sonhos, utopias e quimeras

Como nunca em algum dia, imaginei…

Tem flores, prados verdes, primaveras

Que na minha alma de poeta, eu sonhei…

 

Quero dizer-te, Amor, mas não ainda…

Que a tua boca, sedenta, é sempre linda

E dentro dela guarda, os beijos meus…

 

A cada toque teu, em cada beijo…

Há uma emoção intensa, há o desejo

RECORDAÇÕES

Fui alguém, que não dançando, dançou

E fui quem passou momentos tais…

No corpo e na alma, tão reais…

E quem o som da música, em mim ficou.

 

Tantas canções ouvi, que me encantaram!

Muitas dancei, lindas demais…

Outras tristes, sofridas, sempre iguais

Que dentro dos meus ouvidos, lá ficaram.

 

Manuscrito no tempo

– É longo o trajecto que deixei entregue ao passado
 
Tropeçando minhas lembranças num atalho intemporal
 
Onde projecto meu currículo de paz  e amor abençoado
 
Servindo o vinho doce degustado em fontes de prazer sideral
 
 
– Tomei as cores do tempo só pra mim
 
Inventei mil paixões tão tamanhas e platónicas
 
Desfrutando gota a gota um cálice dos mesmos sabores
 

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