Soneto

RECORDAÇÕES

Fui alguém, que não dançando, dançou

E fui quem passou momentos tais…

No corpo e na alma, tão reais…

E quem o som da música, em mim ficou.

 

Tantas canções ouvi, que me encantaram!

Muitas dancei, lindas demais…

Outras tristes, sofridas, sempre iguais

Que dentro dos meus ouvidos, lá ficaram.

 

Manuscrito no tempo

– É longo o trajecto que deixei entregue ao passado
 
Tropeçando minhas lembranças num atalho intemporal
 
Onde projecto meu currículo de paz  e amor abençoado
 
Servindo o vinho doce degustado em fontes de prazer sideral
 
 
– Tomei as cores do tempo só pra mim
 
Inventei mil paixões tão tamanhas e platónicas
 
Desfrutando gota a gota um cálice dos mesmos sabores
 

MATER DOLOROSA

Mater Dolorosa

Jamais uma qualquer mãe deveria
Aos filhos que são seus, sobreviver!
Não há coisa mais triste que morrer
Aquele ser a quem deu vida um dia.

Ao momento supremo de ser mãe
(Aquele que sentido dá ao amor)
Sucede tal instante de temor
E sucumbe de si muito também.

São estas mães de coração partido,
P’ra quem a vida já perdeu sentido,
Que ganham logo o seu lugar no céu.

Elas com sua mágoa fazem jus
À Mãe que pranteava aos pés da Cruz
O Filho que por todos nós morreu!

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