prezo o teor das circunstâncias
e suas reticências benquistas
colido com o desvario dos ventos
no cerne de seus decibéis
ignoro a desarmonia das ruas
mas acato sua pacata isenção
desfaço o emaranhado confuso
de toda credulidade afoita
conheci meus pares
na oclusão dos dínamos
sou do reino promissor
e das favas provisórias
sou dos alvéolos silvestres
e da lapidação do jade
sou das tempestades
e dos trovões avessos
e, flechado no tórax
por uma seta abrupta
obedeço ao instinto
da flor
*
Tanta água tem caído
a maior parte dela perdida.
Passado que seja, o alarido,
com mentira vergonhosamente urdida.
-
A água irá escassear,
o rosto se fixa no latifúndio
de sua fundura
resvala na entranha do poço
e retine o sino dos cães
calmamente observa o luar
e pleiteia o riso da lua
desfaz o sono do fogo
e adia o próximo lugar
para seus novos caminhos
vigia o orvalho
como se não houvessem sentinelas
como se os lustres fugissem
de seus sustentáculos
para nos nortear
feito guias
solenemente invulgares
vários indícios da rua
constroem lãs e lampejos
crenças e bocejos
no vapor do amanhecer
porém
só me atento às matizes
de seus arquétipos
e aos sorrisos infantis
que pastoreiam cisnes herméticos
e ovelhas gentis:
anomalia silenciosa
que se enreda em indagações
rastros de suor
permeiam a cã das horas
e rezam as vidas
em confissões
remissas
detêm no exílio
os sinais de sua margem
costurando a louça trincada
como a um réptil
dissecado
e neste rentável sorteio
de visporas
ditam-se livremente
todos os algarismos
das cifras
1.
por aqui ronda
uma fera pacata
de insensato
perigo
2.
por aqui incide
uma luz áspera
de ferino
olhar
3.
por aqui vigora
uma morna aurora
de sucinto
ofegar
