Surrealista

Bonito Serviço 2

Vim da anilha alhada em pólen
O plástico é ninho de centopeias
Onde nascem as bactérias do cólon
Arborizam ramadas de gotas cheias
 
Estou num parafuso embrulhado
Abrindo intempéries de caracol
Onde colmeias orvalham piado
Cinzeiro luz nesga de girassol
 
Vidro entroncado p´ra furar rio

Bonito Serviço

Vim da anilha alhada em pólen
O plástico é ninho de centopeias
Onde nascem as bactérias do cólon
Arborizam ramadas de gotas cheias
 
Estou num parafuso embrulhado
Abrindo intempéries de caracol
Onde colmeias orvalham piado
Cinzeiro luz nesga de girassol
 
Espalho-me no muro da colmeia

um passo no acaso

Dou um passo
Descalço 
No acaso
Pego um atalho
Mas me atraso
E me perco
Nos segundos
Não vividos
Só pensados
Me pego
No passado
Nada de errado
Só num queria
Ir pra esse lado
Dou meia volta
E volto
Leio as cartas
Do baralho
Me solto
Me espalho
E sigo em frente
Que atrás 
Vem gente

A praça

 A praça

 

Os brinquedos das crianças, os bancos, as pessoas, as crianças a brincar e a sorrir

Subindo, descendo, pulando.

A via ao lado onde passam esparsos automóveis e as árvores na praça altaneiras para o universo espiritual

O banco da praça e  eu e você:

Eu sozinho pensando em você.

Deus não criou os homens.

Deus não criou os homens.
 
Quando digo que Deus não criou os homens.
E sim os homens criaram Deus.
Eu sou muito criticado.
E pensam que sou Ateu.
 
Ser Deus não é difícil
Difícil é ter a adoração
Temos muitos deuses em cada religião
Todos têm os seu poder e vivos sei estão.
 
Cristianismo é o maior
Logo vem o islamismo
Os Hindus logo em seguida

Dente de Leão

Um rugido sai de um dente de leão
O teu pai é careca? O meu é que não
Enraizada a noite sem confusão
De dia casca de pinho no chão
 
Reflexo de luz com imperfeição
Vê-se poesia até no lixo do chão
Até se encontra um bocado de pão
Migalhas inúteis ou um garrafão
 
A perfeição arrasta o rim
Em patas que pousam em mim
Um voo que acaba por fim
No sítio de onde eu vim
 

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