Tristeza

A Pocema do Pessimismo

Gênios fazem coisas geniais
Eu, amigos, não faço nada demais!
As palavras já existiam muito antes de mim
Pelo meu livre e amalucado alvedrio sem fim
Eu apenas dou-lhes formas grupais. 
 
Nada comparado à algo genial
(Não domino a arte da hidromancia.)
Eu não sei fazer mais nada, nada!
(Mal e porcamente faço poesia.)
 
Poetas morreram antes de mim
Mas isso não faz-me igual à eles.
Não obstante à minha inteligência

Passarinhos Negros!

O som dos passarinhos cantando
Parecem passarinhos chorando.
Não bastam os gemidos das pessoas implorando
Mais estes passarinhos negros e tristes...
E as pessoas transitam;
Os carros transitam; 
Sem exclamações.
Apenas ninguém ouve ninguém, e está tudo muito bem.
Ninguém sente ninguém.
O caos superlotado, as sacoladas do mercado
A pressa sob meio caminho andado. 
A sinaleira com o sinal fechado...

Vazio

Não consigo sequer escrever uma poesia. 
Hoje estou vazio como uma sacola vazia.
Vazia de ar. Vazia de ânsia. Vazia.
(Não consigo sequer escrever uma poesia...)
Olho para as paredes e as paredes provocam em mim choro.
Então eu choro. Choro por um tempo indeterminado.
Como se minha alma se banhasse de luz do sol
Eu avivo os olhares da minha vida de madraço nobre
E fico bem por alguns minutos... Me sento no pequeno banco
Tento escrever algo, nada me sai. Ai!

SUS E As Dores

Peraí! Um coração ferido, um triturado e um orgulhoso. 
Duas vidas que se separaram no osso do fosso...
Assassinatos gente má gente morta.
Mas me lembrei da doença que está matando a titia!...
Quanto maior a miséria menos chove na horta
Tem um irmão na urgência e o outro na fila de espera!
Ah! E tem mais dois sobrinhos internados com pontada
Posso escolher qual das dores eu sinto primeiro?
Ou as dores são como o SUS?!...
Mentem que tenho o direito

Tanque de Guerra...

As fronteiras que tu demarcou
Com esse íntegro instantâneo
E esse senso guloso
Ambicioso linear
Eu vi, nem as sujeiras tu limpou!
Tu que não bota essa mão na massa
Há um limite entre esse teu mergulho errado
O jogo de bandeirolas proejará sempre ao contrário!
Porque as fronteiras tu já demarcou como um otário...
Sem rasuras, sem ranhuras; sem rateio.
Tu sabe muito bem que vacilou bem feio.
E agora?! como vamos lidar com os ruídos?...

Pisa E Repisa!

Isso!... Pisa, repisa. Pisa de novo!
Para que uma nova rosa possa ser replantada.
Pisa e repisa! Pica e repica!
Para que a vida possa ser repostada.
É assim que se faz... Pisa e repisa!
Pisa e repisa que a vida logo passa...
No mesmo caminho é que a vida passa!
Por isso, pensa e repensa!
Pisa e repisa.
Afeta a minha brisa
A poltrona pontilha o meu sono
Eu estou mesmo exausto. 
Entre o piso, um escuro.

Cidade Estragada

Vire à direita para uma ignorância perfeita.
Coma os dejetos da tua cidade
Estragada pelos agrotóxicos...
Implore para que os dejetos não te estraguem alguma parte do corpo,
Implore uma quantia miserável no final do teu mês de morto.
Sangre na fila e espere envelhecer nas migalhas desse pedacinho
Com as coronarianas entupidas de gordura, falecendo de mansinho 
Qual a possibilidade de tu seres um possuidor?!
Morra do coração aos trinta anos da tua idade mal conservada.

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