Tristeza

Amarga vitória

Um fracasso

Interminável.

Temo-o e adormeço,

Tranquila.

Pouco sei, ultrapassa-me

Todo o saber apesar de o querer

No ínfimo ser que sou.

Diria-o meu Cabo das Tormentas

Nos dias que menos maus

Terminam ainda de dia.

E vou crendo 

Na ignorância sumida.

 

Tanto quanto o cego querer

Abrir os olhos e ver. E chorar,

Chorar porque é a hora!

Nunca te tive.

O que farei eu com a saudade que trago?

- Envio-te.

Peguei na saudade e coloquei-a numa caixa tão funda como profunda é a minha dor. 

Lá dentro larguei as memórias, as lembranças.

Que malditas lembranças!

Embrulhei em lágrimas tudo o que podia. 

Mas eu nada podia.

Nunca pude. 

Porque eu nunca te tive. 

E a saudade?

Ela ficou. 

Desfez-se com o tempo o embrulho perfeito que nunca chegou a ser nada. 

Apenas memórias, 

Lembranças esquecidas por ti.

Saudade que trago dentro de mim.

ANOITECENDO EM LÁGRIMAS

Já não tinha o sol poisando em desmaio
No horizonte marinho;
Nem o tremor do derradeiro raio
A alumiar meu ninho!

A brisa fagueira com seus perfumes
Também não murmurou...
No céu, a chusma de mil vaga-lumes
Tanta treva apagou.

Morto era o canto nos altos coqueiros,
E da vida as cordas
Calaram-se ouvindo os loucos pampeiros,
Suas medonhas hordas.

Tudo era triste na praia deserta,
Como em meu coração!
O mundo era hostil, a vida era incerta
Só havia ilusão.

MUNDO AMARGO

Afogado no silêncio,
Hoje eu sou um suicida!
Todo mundo morre um pouco,
Quando sofre nesta vida!

Consumindo o fel das horas
Quem me vê logo se assusta.
Todos perdem a doçura,
Quando a vida lhe é injusta!

Com os olhos marejados
Entreguei-me à solidão!
Só quem foi injustiçado
Não sabe dizer “Perdão”!

Lamentando a minha sina,
A pena que foi-me imposta,
Todos vão me perdoar...
Este mundo me desgosta!

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