O que eu vejo
Autor: maria c. carmo on Friday, 8 August 2014Vaguear no meio de um povo cansado,
Vaguear no meio de um povo cansado,
Adeus
PORRA!!
porra não se diz.
não se pode pode dizer
chega de falcatruas...porra!
Menino bonito não diz porra!
Não tem que perguntar porquê!
Há coisas que não devemos questionar... PORRA, ponto.
Há dias em que
mais valia
cair
morto.
Para
não mais
levantar.
Mas não tenho
onde possa
tombar
morto,
Onde possa
enfim
deitar.
Um fracasso
Interminável.
Temo-o e adormeço,
Tranquila.
Pouco sei, ultrapassa-me
Todo o saber apesar de o querer
No ínfimo ser que sou.
Diria-o meu Cabo das Tormentas
Nos dias que menos maus
Terminam ainda de dia.
E vou crendo
Na ignorância sumida.
Tanto quanto o cego querer
Abrir os olhos e ver. E chorar,
Chorar porque é a hora!
O que farei eu com a saudade que trago?
- Envio-te.
Peguei na saudade e coloquei-a numa caixa tão funda como profunda é a minha dor.
Lá dentro larguei as memórias, as lembranças.
Que malditas lembranças!
Embrulhei em lágrimas tudo o que podia.
Mas eu nada podia.
Nunca pude.
Porque eu nunca te tive.
E a saudade?
Ela ficou.
Desfez-se com o tempo o embrulho perfeito que nunca chegou a ser nada.
Apenas memórias,
Lembranças esquecidas por ti.
Saudade que trago dentro de mim.
Eu tentei chorar
porque não consigo controlar o tempo;
um ambicioso pesar
que me provoca este desalento.
Quero estar e ser
quem me custa não ser e estar
por não mais que nascer
longe de quem me faz chorar.
Já não tinha o sol poisando em desmaio
No horizonte marinho;
Nem o tremor do derradeiro raio
A alumiar meu ninho!
A brisa fagueira com seus perfumes
Também não murmurou...
No céu, a chusma de mil vaga-lumes
Tanta treva apagou.
Morto era o canto nos altos coqueiros,
E da vida as cordas
Calaram-se ouvindo os loucos pampeiros,
Suas medonhas hordas.
Tudo era triste na praia deserta,
Como em meu coração!
O mundo era hostil, a vida era incerta
Só havia ilusão.
Afogado no silêncio,
Hoje eu sou um suicida!
Todo mundo morre um pouco,
Quando sofre nesta vida!
Consumindo o fel das horas
Quem me vê logo se assusta.
Todos perdem a doçura,
Quando a vida lhe é injusta!
Com os olhos marejados
Entreguei-me à solidão!
Só quem foi injustiçado
Não sabe dizer “Perdão”!
Lamentando a minha sina,
A pena que foi-me imposta,
Todos vão me perdoar...
Este mundo me desgosta!