A TODO MOMENTO
Autor: Vera Helena on Wednesday, 10 July 2013A TODO MOMENTO
Não me deixam te esquecer
Viver assim é maldade
Só você no pensamento
Dei por mim, sem rumo, apaixonado por alguém que nunca seria minha...
Imaginei um romance onde não existia, romance esse que só habitava em mim...
Minha amada adorada como te elogiava.
Tornas-te-te um medicamente para me dares estabilidade, deixando eu do nada uma severa medicação para a depressão nervosa.
Através de ti conheci a luz, o verdadeiro caminhar da vida.
Tão jovem e madura que ela era...
Mesmo sem ter esperanças da parte daquela jovem bela, alimentava dia após dia este romance que não existia...
Pensamentos pensados por mim
pensamentos deixados aqui
nessa folha
escritos com o sangue
que sangrei pensando em ti
E agora?
Até perdi a hora
e a vontade de ir lá fora
de encontrar você
pra chegarmos ao fim
Pensamentos pensados por mim
pensamentos escritos aqui
nessa folha
escritos com o sangue
que sangrei pensando em ti
Eu só queria entender
por que a realidade dói
eu só queria perceber
o amor que a gente constrói
Eu só queria entender
por que você vem e destrói
eu só queria compreender
por que dói
Tristeza diária
infelicidade noturna
depressão que tenho
igual a como troco de roupa
Dor arrasante
e sem motivo
me deixa sem forças
até pra morrer
Nem a morte me consola
que consolo procura agora?
Deprimido e sem opção
igual a Cristo
segurando aquele pedaço de pão
Mas Cristo tinha motivo
e eu então?
Talvez o que me conforta
é não ter conforto nenhum
trocar um milhão de motivos
por um
e no final
não ter nenhum
Em sua boca encontrei
a felicidade perdida
a sensação esquecida
no tempo de dor
Da sua boca
sai o veneno
que me mata por dentro
e que me faz sentir tanta dor
O desejo por sua boca suave
é o que me divide em partes
e que me faz sofrer de amor
Versos mudos são os meus!
não falam o que eu grito.
São cegos!
Não enxergam o meu amor, a minha dor!
São surdos!
Não ouvem minha súplica por consolo.
Há quem pensa que adivinho cada verso
Diga-os alma minha complexa
Tenho Deus, Salomão e Camões no que faço
Nenhuma arte minha é brecha...
O pouco que sou; muito mereço
Há quem pensa que de igual modo
Espojo-me pela poesia
Há quem fecunda tamanho engodo
Com sabor de azia...
Na medida que vou; um de mim
ofereço
António Vicente Aposiopese
NOSSOS MEDOS
Nas primeiras horas de vida,
Surge um sentimento natural.
Como um mecanismo de defesa contida.
O medo algo tão real.
Quem quando criança,
Nunca teve medo?
De ficar sozinho no escuro,
De andar de bicicleta,
E cair tão cedo.
Quem nunca teve medo?
De cair de um para queda.
Sem saber aonde vai ser sua queda.
Sentir medo é natural,
É um sinal de alerta.
Onde a vida se desperta.