Tristeza

Primeira Transfiguração

 

Aquilo que meus olhos veem me leva para lugares onde nunca quis estar.

O que são essas flores? Quem são essas pessoas? Por que continuam aqui?

A tristeza é suportável, mas me dói tanto...

Contudo, seguro minha solidão como uma coluna que tarda em desfalecer.

Me sinto como se o chão estivesse confuso e turvo, como o lodo de um pântano.

Pelas altas horas, me vejo atravessando lugares que não visitei.

Guardarei comigo aquilo que me fere.

Tratarei com cortesia e paciência.

Solidão

Viver na solidão de um mundo imaginário,
Que é meu e de mais ninguém,
Nas profundezas de um aquário,
Onde não sou tratada com desdém.

Lá sou um ser minúsculo e mitológico,
Onde tudo é novo e pronto a explorar,
Para os outros, pode não ser lógico,
Mas criei-o para ter onde me refugiar.

Refugiar-me deste mundo sem união,
Onde vive cada um por si, estão a pisar
E não querem saber quem está no chão,
O que interessa é que eles vão vingar!

Tristeza

 

 

Hoje ela chegou sorrateira,

Não a percebo a caminho,

Só a sinto quando, de tão próxima,

Pode apertar-me o peito.

Fazendo-o, deixa-me sem fôlego,

Sem ânimo,

Numa tristeza que me toma a vontade dos dias.

Chega a mim atraída pela saudade,

Pela vontade comedida,

Pelo querer interdito de voltar ao meu deleite.

Ah! Se não me houvessem os medos,

Se longe de mim a insegurança,

Se o mudar não me fosse penoso,

Tu não me eras companheira, Tristeza,

ONDE EU MORAVA (LITERATURA DE CORDEL)

 

               Onde Eu Morava.

                                            Cordel.

                                   Guel Brasil.

 

No terreiro uma paiada

Onde o gado ruminava,

A palma que engolia;

E onde papai descansava,

A súplica do seu olhar

A súplica profunda dos seus olhos,
Denuncia a tua fraqueza interior,
Seu olhar frio e sem ternura irrompe...
As barreiras da bondade.

No âmago dos seus pensamentos,
Há um mosaico de emoções desencontradas,
Fervilhando ardorosamente,
A ponto de submergir nas angústias.

Medos e objeções,
Fazem parte deste rogo,
Um verdadeiro calvário,
A marcar ferozmente a alma.

O Passado

O passado cura
Mas, muitas vezes entristece
Quando faz lembrar uma altura
Com alguém que não se esquece
 
Alguém que nos deixou
Sem dizer qual a razão
A nossa vida marcou
Seja no passado ou não
 
Por muitas vidas passei
E muitos romances vivi,
Mas, amar nunca amei,
Como te amo a ti
 
Muitos personagens encarnei,
Milhares de experiências vivi,
As mais importantes lembrei,
Foram as vezes que te conheci

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