Tristeza

Silêncio

Almas coragem, eivadas,
Da lavoura, das espigas,
Pelas terras desbravadas
Onde sobravam fadigas.

Desafiando a pobreza
Que era sua companhia,
Como a fome e a tristeza
Disfarçada de alegria.

Ontem cansaço e pranto
E o esforço nas enxadas,
Hoje, almas em descanso
E terras abandonadas.

E nos campos ao desdém
Acariciados pelo vento,
Ninguém era Pedro Sem,
Pois só o céu dava alento.

Raivas do Passado

Uma raiva que me escapa , 

Uma saudade que exalta,

A desilusão de perder , 

O desejo do triunfo de outrora viver , 

A abundancia e riqueza obter ,

A vontade de querer reviver , 

Todo o sucesso que eu pude viver ,

Não há dia que não me arrependa,

De ter sido banido , 

Um desperdicio metido , 

E um final ressentido ,

Porém tenho a vontade de recomeçar ,

De mais uma vez alcançar e desta vez segurar , 

Todo o fruto de um trabalho , 

De ser o mestre do baralho .

Antes que...

É tanta merda que eu escuto...
e não posso tapar os ouvidos.
Grito de ódio por dentro,
parece estar me corroendo.

Por que é tudo tão triste?
Por que é tão sofrido assim?
Eu não quero isso...
Eu não quero nada disso para mim!

Queria olhar pela janela, e ver somente a densa neblina,
A manhã fria e cinza, carregando gotas da chuva fria.
Assim, ficaria em casa,
sem precisar encarar mais um dia.

Desordem no amor

Por onde anda a proposta
da porção de amor para cada humano ?
O que meus antepassados falaram!
Arrancaram as flores e o amor do jardim secreto
Da alegria do coração.
Dor bem implantada,
Cirurgia mal sucedida
Das mazelas adquiridas
Não há especialista que cure
Raízes das flores não regadas.
Ainda assim uma lágrima dissonante caiu
E mantém viva a esperança .
Não de morte
mas de alegria.
O mundo cão
Apresenta hoje: discutidos desencontros
Morde amanhã,

Só - Está a chover...

Está a chover!

Sento-me para escrever

Mas não me apetece escrever nada.

Repito estes versos na cabeça

À espera que algo me apareça,

Uma ideia…

Ainda que disparatada,

Mas nada!

Vazio.

Apenas o cair macio,

Da chuva pegada que em surdina;

Sobre o asfalto vai caindo,

E teimosamente persistindo,

A fazer-se na tarde, uma cortina;

Que o dia pinta de cinzento,

E me enévoa o pensamento,

Com uma densa neblina.

E chove!...

Não uma chuva copiosa,

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