O Cântico e o Pranto

Sempre se exigia um cântico
de alegria ou pureza
nunca se aceitava o pranto
da dor longeva

era fácil agradar a todos
já que suas indumentárias
estampavam uns nos outros
o farto e caricato bonifácio

de verdade mesmo,
nenhuma letra escarlate
ainda mais sob seus toldos
encobrindo suas espertezas

tanto que não tardou
a se popularizar, à revelia,
a castidade, o pudor 
e, elementar, a hipocrisia.

Erga os olhos

Simplesmente não recordo,
Se faz pouco ou muito tempo,
admito, não contenho,
és um belo recomeço.
 
Erga os olhos meu amigo,
procure avistar o céu,
não hesite, nem lamente,
este, é o seu momento.
 
Em seu rosto escorre as lágrimas
de um puro sentimento,
me pergunto novamente,
se faz pouco ou muito tempo.
 
A alegria em meu peito é forte,
como ais,
arrisque-se, viva a vida
como viveste jamais.
 

Pages