Filho

Abençoado espinho que me crava de dor imunda,
Que me afunda mas revejo o sorriso que apraz o seu olhar
Inocente e profundo que abafa em si a flor que irradiará vida.
Na tua cândida forma de ser,
Revesti em profundo perder do que mais ambicionas encontrar,
Em solidão, amargamente encontrando o meu olhar.

Mãe

Queria fazer-te o mais belo poema de amor
Pois sem o teu sorriso a vida não me abraça
Estás presa no meu coração e jamais partirás,
Apenas a tua delicada mão para mim estendida
Imaculadamente a pedires-me o teu perdão.
Nunca de mim partirás, apenas o rosto da morte de ti me separou,

Solidão

Serena a solidão em mim, esta emoção tão sentida
Ansiosamente renascendo, tal como fénix
Das cinzas reencontro a vida que me persegue
Que eternamente me espera nas inesperadas encruzilhadas,
Abençoando-me sem pudor, perco-me nas memórias que pairam
E me invadem, sempre reclamando por ti
E esta solidão tão fugaz e efémera,

Sem palavras

Palavras salgadas

banhadas pelo imenso mar que nos meus sonhos habita

imersas nas profundezas de mim,

Palavras coloridas

sombreadas pelo sol que as suas cores desvaneceu

e delicadamente emergiu soltando todos os meus tons,

Palavras desfeitas

pela vida que salpicou as suas tristes mágoas nas minhas amarras

e melancolicamente acenou deixando apenas a saudade,

Palavras saudosas

que preencheram dias solitários de esperança

nos íngremes caminhos por mim percorridos,

O Desencanto da Rosa

 

Conceição Cordeiro dos Santos

Natural: Afonso Claudio- ES/Brasil Nasc: 15/08/1968

Filha de Moisés Alves Cordeiro e Maria da Silva Cordeiro (1930- 1986)

Irmãos: cinco.

Estado civil: casada

Filhos: três

Neto (a): uma

Débora Cordeiro dos Santos     (1986-2007)

Leonardo Cordeiro dos Santos (casado)

Laíza Cordeiro dos Santos         (casada)

Neta: Emily Cordeiro Tosta       (4 anos)

Escolaridade: Ensino superior completo

espera

Será que um dia aprenderemos a saber esperar, como a nossa prisão?

 

Será eterna solidão?

Que nos fará perpetuar?

Um dia por escrever!

Dia de razão!

Aprenderemos?

A saltar:

Saber!

Esperar?

Como se aconteceu o que quisémos!

A sina é tentar?

Nossa perdição:

Prisão e paixão!

 

Será razão?

A perdição,

A esperar!

Como saber?

A sina é saltar:

Escrever,

Dia de paixão?

Que aprenderemos

Como quisémos?

Tentar!

Incógnita

Como vejo o meu quarto em alguns momentos sombrios.

 

Incógnita?

É um cubo, são seis lados.

Por estes estão amarrados.

Nem o demónio escutado.

É um quarto, e, é fechado.

É impuro aos sãos.

Aos divinos e aos cristãos.

Ninguém ouve, ninguém sente.

Ninguém fala, ninguém mente.

Entre o cheio e o vazio.

Faz calor como faz frio.

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