o cais sereno
Autor: António Tê Santos on Tuesday, 12 September 2017os turbulentos horizontes tergiversam na memória gerando postais onde os sintomas irascíveis transmitem ao vate um comportamento periclitante.
os turbulentos horizontes tergiversam na memória gerando postais onde os sintomas irascíveis transmitem ao vate um comportamento periclitante.
INEVITÁVEL
Achava normal o impossível
a realização do inevitável
aceitando sempre o insuportável
como se tudo fosse casual.
Não tenho acaso em minha prece
me insisto em tudo que acontece
aconteço no meu desconhecer
me encontro em querer me ver.
Só me basta uma oportunidade
pra entender que o inevitável
está perto do insuportável e
estamos perto de um esquecer.
Assim me lembro e me repito
duplico, triplico sem finalização
porque sou recordação de mim
em cada momento da imaginação.
De manhã senti o vento meu rosto tocar
Agradeci a Deus o ar puro poder respirar
Pela essência, que alimentava o meu viver.
Deus quanto tempo fiquei longe de ti
O mundo que fez para mim eu esqueci
Uma nova historia deixei de escrever
Perdi a alegria de uma primavera linda
Os perfumes das flores estão aqui ainda
Esse instante eu deixei de vivenciar
A primavera se foi, e veio o verão.
Hoje vou abastecer o meu coração
Estarei aqui quando a primavera voltar.
tonyramos
Que faremos quando se escreverem todas as palavras, se extinguirem os mundos?
Que inventemos novas vidas!
Faremos como fizeram os que nos antecederam?
Quando o deixarem!
Se as vontades forem devidas:
Escreverem,
Todas e tantas palavras,
As mesmas,de sentidos tão ou mais fecundos:
Palavras!
Se assim o entenderem,
Extinguirem!
Os pontos, vírgulas- pausas que sempre encantaram!
Mundos!
Que palavras,
Nos antecederam?
Sentidos fecundos!
Sempre encantaram?
"SIMULACRO DE POETA"
(Poesia; fostes céu, inferno, luz, escuridão, pó e universo no meu caminho. Letra a letra, verso a verso, procuro-te sou teu peregrino)
No lugar dos sonhos, busco a inspiração perdida.
Antevi miragens pelos caminhos da utopia
A opaciade da mente oculta a fantasia
O corpo cansado transporta a alma dolorida.
No declínio dos dias, ao muro do meu desgosto,
Sou ponto e vírgula do verbo; poeta esquecido,
Filho de fogo-fátuo que tremula esmaecido