Libertina

Nunca fui dogmática.
em tempos diplomática,
mas desaprendi.
Gosto de pensar pela minha cabeça
com influência, sem relutância.

Questiono tudo,
por isso fui ao fundo
e nesse submundo
não há ninguém.
palavras ocas,
ouvidos moucos,
querem lá saber.

A sobrevivência na sua decência
faz o esforço,
sacrifica o corpo
em prol da luz.
Mas seduz a carnificina tenaz
que como uma lapa
descompensada
cola, vira doença.

liberta
liberta
sou liberta!

momento

é um instante e tudo muda, ficam os mundos em tormento desalinho!

 

è o prenúncio!

Um aviso ou anúncio,

Instante,

E ao parecer hesitante,

Tudo é um mundo que se escuda:

Muda!

Ficam as águas!

Os ventos, as nuvens e as mágoas!

Mundos!

Em modo delirante!

Tormento!

Desalinho: momento?

 

É anúncio,

Um instante,

Prenúncio?

Tudo hesitante!

Muda!

Águas?

Os mundos!

Ficam mágoas!

Escuda!

Em tormento,

Delirante!

Mudo

3-04-2017
Ante as possibilidades de me maravilhar e a desilusão,
numa expressão contínua e fluída de imprecisões,
feita de pretéritos perfeitos e presentes transpostos, 
acordo os mudos que me habitam
mergulhados no silêncio fúnebre da folha de papel.

porque pensas?

02-06-2017 porque pensas se só os Homens não deveriam pensar. arrastas o corpo em que estás preso como quem puxa carroça... faz-te mal essas coisas, esses venenos.... as palavras estão todas contaminadas. afasta-te! mas não dês ordens à tua alma. pinta-a de tons quentes e quanto ao teu corpo: Mata-o! Mata-o com desejos insuspeitos porque esses não se realizam a realidade é só uma: o sonho e a alma. enquanto sonhares a tua alma será feliz e que é isso de ser feliz???? é estar vivo! Edgard Videira

Quero

Quero que todas as crianças tenham asas para voar, quero que todas as lágrimas se transformem em sorrisos.

Quero que todos os homens caminhem lado a lado sem deixar ninguém para trás, quero pensar naqueles que envelhecem comigo e naqueles que, estando longe, estão sempre presentes.

Quero que todos os homens sintam o sol e o mar, quero que todos sintam a chuva e o vento, quero que todos oiçam o cantar de todas as aves.

Quero que todos sejam livres para pensar em voz alta.

Gosto de andar por aí...

Eu gosto de andar por aí, sossegado,

a sentir de perto o desassossego...

misturado no meio da multidão,

incógnito, invisivél, perdido

e afastado de mim,

em busca de algum sentido

Saberei eu, algum dia, encontrar o meu caminho de volta?

Eu gosto de andar por aí,

em todo o lado e em lado nenhum

a escutar os silêncios do mundo...

Nessa marcha ensurdedora

junto os meus gritos aos gritos dos outros,

abafando os gritos roucos que veêm do fundo

Conseguirei eu, algum dia, perceber a minha revolta?

manto do tempo

é um manto que cobre, devagarinho, como o tempo que passa, empata!

 

É o deixa passar!

Um passatempo,

Manto que encobre,

Que remata!

Cobre!

Devagarinho,

como que sendo um desalinho,

O mesmo que esperar!

Tempo?

Que se descobre,

Passa, doi feito espinho!

Empata!

 

É passatempo,

Um passar,

Que remata!

Manto cobre,

Como desalinho:

Tempo?

Descobre,

Passa, esperar!

Espinho,

Empata!

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